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Por Que a Miss. Martha Little é Importante para a História da IPB em Goiás?


Por que a Miss. Martha Little é importante para a IPB em Goiás?
Rev. Helio O. Silva, STM

A Miss. Martha Little chegou ao Patrocínio-MG em 1948 para compor o quadro de missionários da Missão Oeste do Brasil (MOB). Ela já tinha tido experiência com escolas rurais em em Carnesville (EUA).

A partir de 1954 a MOB lhe convidou para ser supervisora e orientadora das escolas da Missão em Minas e Goiás. Nove (9) escolas em Minas Gerais: Brejão, Coromandel, Cupins, Lagamar, Paracatu, Porto (campo de Lagamar), Pindaíbas (campo de Brejão), São Domingos e Uberlândia. Oito (8) em Goiás: Capim Puba, Crixás, Formoso, Goianésia, Rubiataba, Uruana, Uruaçu, Waldelândia. Número que aumentou para 12 escolas em Minas e 09 em Goiás. Havia 34 professores atuando nessas escolas sendo: 13 graduados no Instituto Bíblico Eduardo Lane, 12 com curso primário completo e 08 com Escola Normal. Ao todo eram 1079 crianças matriculadas nas escolas evangélicas da Missão Oeste.

O crescimento das escolas e o surgimento de outras levou Martha Little aos Estados Unidos para um curso de aperfeiçoamento pedagógico na Universidade de Geórgia, a fim de aprender novos métodos de ensino e avaliação, formando-se em 1965. Para aprender mais sobre a educação no Brasil, frequentou os cursos oferecidos pelo Estado de Minas Gerais e pesquisou a bibliografia dos educadores brasileiros.

Dessa forma procurou aperfeiçoar a formação das professoras formadas pelo IBEL, criando cursos de atualização pedagógica em Matemática, Linguagem, Leitura oral e escrita, Ciências, Educação Artística, Legislação de Ensino e Administração Escolar. Nomes de destaque na educação em Minas Gerais foram convidados para ministrar às professoras formadas no IBEL. Dentre elas destacam-se os nomes de Elza Moura, Magdala Lisboa Bacha, Bartolomeu de Campos Queiroz, Ana Maria dentre outros. Textos, livros, materiais didáticos eram preparados durante esses cursos.

Os cursos de aperfeiçoamento de professores das escolas evangélicas eram realizados a cada dois anos no IBEL em Patrocínio, ou no Acampamento Boa Esperança em Goiânia-GO e na Escola Bandeirante de Ceres-GO, que contavam com a participação de todos os professores das escolas da Missão.

Quando visitava as escolas dos campos missionários, Martha Litlle administrava aulas demonstrativas para ajudar as professoras a entenderem melhor as novas metodologias, o uso dos materiais didáticos e ainda, a melhor dosagem de conteúdo. Um assunto permanente em suas visitas era a avaliação de ensino e o relacionamento das professoras com os alunos, com os pais e a comunidade. Chamava sempre a atenção para a necessidade do ensino estar integrado à realidade da criança e da comunidade. Ajudava na criação de um ambiente de ensino aprendizagem mais agradável e favorável para que a aprendizagem fosse facilitada. Assim ajudava na criação da biblioteca da escola, do cantinho de ciências, etc. Ensinava as professoras a relacionar o estudo com a vida e para tanto a necessidade das professoras saírem com os alunos da sala de aula para a aprendizagem do meio ambiente e da realidade que cercava as crianças. Incentivava o ensino das artes como o teatro, teatro de fantoches, música, desenhos e jogos. Ajudava a usar materiais como latinhas, palitos, grãos de cereais e figuras recortadas, álbuns seriados, etc. Os materiais para estudo de adição, subtração, multiplicação, sistemas numéricos e fração, tudo através de materiais concretos até que o aluno fosse fazendo suas descobertas e construindo os seus conhecimentos.

Martha Little iniciou seu trabalho procurando conhecer a realidade de cada escola e seus professores, cada localidade e cada igreja. A metodologia empregada nas escolas foi a da linha “escolanovista”, marcada pelo pragmatismo norte-americano e a utilização de métodos globais de alfabetização.

Essa metodologia aplicada nas escolas paroquiais da MOB diferenciava-se da metodologia da escola pública pelo uso de materiais concretos, pela participação do aluno, valorização da família e ensino voltado para vida prática. Essas escolas também foram pioneiras na implantação de classes de educação infantil, chamadas na época de Pré-Primário, ou Primeiro Ano (nesse caso chamavam de Primeiro Ano Adiantado as turmas de primeira série), cursos admissionais e o ginásio.

          O diferencial educacional tornava as escolas da Missão atrativas e elas cresceram. Com o aumento do número de escolas (em 1962 havia 15 escolas em Goiás, 14 em Minas e 04 no distrito Federal, perfazendo um total de 33 escolas, 62 professores e 2500 alunos) Martha Litlle passou a dedicar-se exclusivamente à supervisão pedagógica, deixou as aulas do curso de formação de professoras rurais no IBEL e passou a contar com o auxílio de outros supervisores: Revdo. Milburges Ribeiro (1960), Profa. Rebecca Glenn, Profa. Junia McMullan (1968-1971) e Margaret Pittman (1971-1972). O programa de alfabetização foi especialmente desenvolvido pela Miss. Junia McMullan (que se tornaria Júne McMullan Berberian – esposa do Presb. Abrão Berberian) para as escolas evangélicas. O método de alfabetização era o fonético. Ensinava-se primeiro a letra manuscrita e depois a cursiva.


Martha Little se dedicou à educação cristã nas escolas da Missão até 1983, quando a Missão terminou sua tarefa missionária no Brasil e os missionários foram chamados a retornar aos EUA. Somos imensamente gratos aos missionários norte-americanos que trabalharam entre nós. Os frutos de seu trabalho crescem e se multiplicam em nosso estado. Glória a Deus!

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Fonte:
Viviane Ribeiro & Cristiane Silva Costa. MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO DAS ESCOLAS PAROQUIAIA PRESBITERIANAS: ESCOLA SIMONTON, UNAÍ - MINAS GERAIS (1956-1976). Instituto de Ensino Superior Cenecista – INESC. Dissertação de Mestrado.pdf.
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