® Atos 27: O Naufrágio: Todos
salvos!
A narrativa da
viagem de Paulo para Roma conforme Lucas a descreve aqui é exuberante e ao
mesmo tempo cativante. Segundo os estudiosos a narrativa de Lucas é
gramaticalmente precisa e minuciosa, não perdendo detalhes e mostrando a
vivacidade de alguém que estava presente a tudo! Essa narrativa é considerada
um clássico da literatura antiga!
Paulo embarca para Roma com mais duzentas e setenta e cinco pessoas (v.37) numa viagem perigosa
e difícil em função de tempestades com vento forte. Aparentemente ele é levado
como um prisioneiro, mas sabemos que por trás da história há outra mão que a
tudo conduz e a tudo controla: Deus.
Paulo está seguro do propósito e da condução de Deus
por todo seu percurso, por isso se mantém sereno, seguro e confiante. Um
anjo de Deus esteve com ele tranquilizando sua alma (v.23) e lhe assegurou a
obra da graça naquele navio, pois todos seriam duplamente salvos (v.24), do
naufrágio e da perdição. Na sua soberania, Deus cria as condições que preparam
os corações para receberem o Evangelho. Ninguém conhece a estrutura do homem
como Deus, seu criador e Senhor. Essa constatação nos acalma em nossas aflições
e nos anima em nossas tarefas cristãs.
Paulo não perde a oportunidade de intencionalmente
compartilhar o evangelho da graça. Ele fala,
aconselha, orienta e avisa. Ele exorta, anima e dá exemplo de serenidade. O
vento pode soprar forte e o mar tornar-se incontrolavelmente agitado, mas o
nosso coração goza paz quando descansamos e confiamos em Deus. Entregar-se ao
desespero na hora da tribulação é perder de vista todas as ferramentas da graça
para vencer as tempestades. Reconheçamos que perdemos muito tempo com
ansiedades e preocupações desnecessárias, que nos tomam tempo e sobriedade. Ver
claramente como agir em meio às tempestades é algo que aprendemos com as
operações graciosas do espírito Santo em nossos próprios corações.
Deus conduz tudo
até nas suas menores minúcias. As ações e reações de todos são conduzidas pelo
poder que não se vê, mas age de forma extraordinária pelas estruturas
ordinárias. As palavras trocadas, as decisões tomadas, a disposição dos objetos
e destroços do navio, a cronologia das ondas e sua força. Não é o acaso que
determina os acontecimentos, mas a soberania divina. No fim das contas, “e foi
assim que todos se salvaram em terra” como Paulo havia dito, como Deus havia
lhe prometido quatorze dias antes (v.22,25,27,31,34). E Lucas, presente no
navio acompanhando tudo, registrou para nós (v.37).
Confiemos na
providente ação graciosa de Deus a nosso favor e descansemos nas suas promessas
e orientações. Com amor, Pr. Helio.