® Atos 25: Sem Palavras.
A palavra
traduzida por “razoável” no verso 27 é “alogos”,
que pode ser traduzida literalmente por “sem palavras”. Festo não tinha nenhum
argumento para justificar o envio de Paulo a Roma a fim de atender ao pedido feito
por ele no verso 11. Quem está nas mãos daqueles que negociam princípios por
votos, ou apoio político, não está em mãos seguras (v.9,11). Primeiro Felix,
agora Festo; mudam-se os governos, mas se não muda o coração, a mesma prática
corruptora mostrará sua cara como uma praga sem cura!
Nossas razões para
fazermos o que fazemos devem ser sustentadas por fatos reais e pela verdade,
porque não podemos admitir que a verdade do Evangelho sirva a joguetes
interesseiros nem a manobras políticas avessas à natureza do evangelho. Essas
práticas retiram a razoabilidade dos intentos e do comportamento público de
muitos políticos. O razoável é marcado pela sensatez, moderação e
aceitabilidade; o espúrio, duvidoso e escuso caracterizam o que se faz à margem,
separado do bom senso. Quando, por causa do evangelho, tivermos de lidar com
essas práticas, precisamos manter lúcidas nossas ações e intenções para não nos
deixar contaminar com o mal cheiro que elas exalam.
Fazemos o que
fazemos e proclamamos o que proclamamos jamais para forjar motivos e palavras,
mas para que as pessoas sejam alcançadas pela verdadeira graça do Evangelho e
tenham suas vidas transformadas por seu conteúdo límpido.
Nossa país precisa
que sejamos firmes e lúcidos ao mesmo tempo. Precisamos entender o movimento
das jogadas no tabuleiro para saber como agir. Perceber o movimento das peças
não significa dançar conforme a música e nem mesmo buscar na esperteza nosso
jeito de ser e de fazer. Nossas armas são espirituais e comprometidas com a
verdade, com a justiça e com o respeito. Embora não sejamos do mundo, não capitulamos
diante da luta difícil e nem nos retiramos do campo de batalhas. Se tentarmos
fazer o certo do jeito errado não teremos a aprovação de Deus.
Paulo, embora
desanimado com as fragilidades da liderança humana, sabe conscientemente que é
Deus quem move as peças para que ele possa testemunhar em Roma. Salta aos olhos
como a humanidade se recusa a crer na ressurreição de Cristo, e no seu trato
com os cristãos, sempre partem do pressuposto de que militamos em nome de um homem
morto (v.19). As pessoas não praticam e não temem a justiça dos homens porque
não conhecem e não temem a justiça de Deus.
Para eles nossa fé
é pura ilusão e teimosia, entretanto, sabemos que Deus conduz soberanamente
todos os acontecimentos. Os governantes não têm palavras acusatórias ou
positivas para nos apresentar em seus tribunais (v. 26,27), todavia, a batata
está quente em suas mãos. O que fazer? O que dizer? Cada um terá de responder
pessoalmente perante Deus.
Com amor, Pr. Helio