À Sombra de Tuas Mãos
Debaixo da sombra
de tuas mãos;
não há outro lugar onde queira estar.
Aqui acalmo o meu coração.
Encontro consolo sem igual.
Não me sinto sozinho,
mas protegido e seguro.
Nada é duvidoso e obscuro aqui.
Tudo é
claro e certo.
Pois sinto o carinhoso som de tua voz
que me conduz, que me diz
o que fazer.
E sem hesitação
corro para debaixo de tuas mãos.
Debaixo da sombra de tuas mãos
eu não
preciso fingir,
posso ser quem sou.
E me entrego sem reservas, sem limites,
pois sei que o fim será bom.
Não preciso temer o mal;
aqui ele não me toca.
Eu
sei que é assim,
por isso vim me refugiar.
Tuas mãos são fortes e firmes.
É para
se temer quando estendes teu braço.
Sem a tua sombra não há paz,
não há
descanso.
Longe dessa sombra não sei o que fazer,
o que vai acontecer;
onde vai dar.
Eu já tentei tantas vezes viver assim.
E
chorei, e me machuquei,
e quase enlouqueci
com um conforto que não era o teu,
mas que também não foi o meu.
E sufocado, sem saída e sem paz,
desejei voltar.
Eu vim me refugiar aqui outra vez.
Eles me chamam pra sair, é verdade.
Usam de
palavras boas, convincentes,
agradáveis de ouvir e para sonhar.
Mas não são a
mesma coisa
que a sombra de tuas mãos.
Quando tuas mãos não abençoam,
o muito
vira pouco,
eu aprendi.
Oh não me deixa esquecer!
Agora, mais uma vez,
debaixo da sombra
de tuas mãos
tenho de decidir.
É fazer a tua vontade
e não fazer a tua vontade.
É encontrar-me com ela,
ou sair de dentro dela.
É continuar ou ter de
recomeçar.
Eu só quero estar aqui,
debaixo da sombra
que tua mão faz ao me
dirigir;
não há outro lugar para se estar.
Eu quero ficar aqui.
Não há outro
lugar onde eu queira mais estar.
Dá-me a tua paz...
Hélio O. Silva
17/11/2001.