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Igreja
Presbiteriana Jardim Goiás – Classe de Casais – 1º Semestre-2017
Rev. Hélio O. Silva e Sem. Marcos Rosa Oliveira.
Aula 6 = Entendendo a luta do seu
coração
Instrumentos Nas Mãos do Redentor – Paul David Tripp, Nutra, p.111-135 = 19/03/2017.
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Texto para leitura: Tiago 4.1-10.
Introdução:
O conflito é um dos principais efeitos da queda e não
precisa muito para incitá-lo. Às vezes nos tornamos matadores profissionais
dentro de nossas próprias casas. Mesmo quando nos apresentamos para conciliar
conflitos na família, percebemo-nos nos tomando partido ou abrindo uma nova
frente de tiro ao alvo.
Os conflitos podem ser rixas
insignificantes ou guerras declaradas. Muitas vezes se alimentam de ou
alimentam amargura e ira. A verdade bíblica cristalina é a de os conflitos
começam no nosso coração (Tg 4.1-10).
1. A origem dos conflitos é o coração.
Nós costumamos procurar a origem dos conflitos nos
lugares errados. Como pecadores somos melhores em promover a guerra do que a
paz. Tiago nos ensina que nunca entenderemos nossa ria olhando para fora e
culpando os outros. Temos de olhar para dentro, para dentro de nossos corações.
Para entender nossa ira temos de sondar nosso próprio coração (Lc 6.45).
As mesmas situações e os mesmos relacionamentos não
deixam todas as pessoas iradas da mesma forma. O trânsito ruim ou o tagarela
causam reações diferentes em diferentes pessoas. O que determina as reações
diferentes e até adversas é como o coração recebe e trata dessas variadas
situações que vivemos.
2. Um exército de desejos num mundo em
guerra.
O foco de Tiago 4 não é apenas o coração, mas os
desejos do coração. Há uma relação direta entre o conflito e o desejo do
coração; entre o que queremos e o que desperta nossa ira.
Os desejos precedem, determinam e caracterizam tudo o
que fazemos. Desde quando acordamos até deitarmos para dormir. No trabalho, nos
relacionamentos, nas conquistas e derrotas eles estão lá. Até quando adoramos
eles nos conduzem de forma falsa ou verdadeira. O desejo está na base de cada
palavra, ação ou sentimento irados. Examinar nossos desejos é a única forma de
entendermos nossa ira.
Entendamos o ensino de Tiago.
a.
Tiago não ensina que é errado ter desejos. Deus também deseja e o desejo molda
nossos propósitos assim como molda os de Deus.
b.
Tiago não coloca a palavra “mal” antes da palavra “desejo”. “Os desejos militam
em nossa carne”. Tiago afirma que há uma guerra dentro de nós antes de ela
existir fora de nós. A guerra que existe dentro de nós é para determinar o que
controlará nosso coração. O que controlar o coração, controlará nossas vidas.
3. O duelo de reinos e o caos nos
relacionamentos.
Nossos desejos fazem guerra entre si e
todos lutam contra Deus pelo controle de nosso coração. Nós desejamos
estabelecer o nosso próprio reino à parte do reino de Deus.
Os conflitos surgem entre nós
dependendo de como os outros contribuem ou atrapalham a realização de nossos
desejos. O problema verdadeiro não é o outro, mas como ele se encaixa em nossos
desejos. Nossos desejos podem ser tanto errados quanto desordenados. Desejos desordenados
que governam o coração abrem as portas para que cometamos pecados uns contra os
outros. A ira não é causada pelas pessoas, mas por nossas reações aos desejos
do coração que não se cumpriram. A nossa guerra contra as pessoas é almentada
pela nossa guerra interior onde os desejos lutam entre si e contra Deus para
governarem nosso coração.
4. O adultério espiritual e a ira contra
as pessoas.
Tiago chama essa atitude de
“adultério”. Adultério é dar a outro(a) o amor prometido a alguém. Os conflitos
humanos estão enraizados no adultério espiritual. Nosso principal problema não
é o pecado dos outros ou as situações difíceis, mas é dar o amor prometido a
Deus a outras coisas. Nós deixamos de adorar o criador para adorar a criação
(Rm 1.25).
Quando nosso coração é governado por
desejos, nossa relação com Deus e com o próximo é afetada diretamente. Desejos
que governam o coração afetam nossas orações e como enxergamos a Deus.
Governados por desejos passamos a tratar a Deus como um garçom para nos servir e
não um Pai que tem autoridade sobre nós. Como conversamos com um garçom? Como
conversamos com o nosso Pai que é Deus? Se Deus é um garçom, a oração se trona
um cardápio de desejos.
5. Uma graça zelosa.
Tiago revela que não batalhamos
sozinhos, mas temos o reforço da habitação do Espírito Santo em nós. Deus nos
ama demais para deixar outros nos governarem e escravizarem.
A principal arma de Deus para vencer nossos desejos é
a sua graça zelosa. Veja Tito 2.11-14. A graça agiu no passado, salvando-nos;
age no presente, educando-nos; agirá no futuro glorificando-nos.
6. A conquista do coração.
Nossos desejos nos aprisionam, a graça
nos salva e liberta. Nossos desejos se tornam maus quando são aprisionados pelo
pecado e por ele governados. Muitos desejos não são maus em si, mas governados
pelo pecado eles se inclinam para o mal.
Desejos desordenados se tornam exigências e depois
necessidades. Dessa forma sevem ao pecado que habita em nós. Ansiamos
desesperadamente por aquilo de que não precisamos muitas vezes.
Nós confundimos desejos com necessidades. Isso gera
expectativas irreais para com os outros que azedam nossos relacionamentos.
7. A humilde limpeza do coração.
Qual a solução proposta por Tiago?
A.
Humilhação na presença de Deus, ou melhor, arrependimento reverente.
B.
Limpar o coração. Toda reconciliação começa com a purificação do coração.
Tiago nos mostra que não possível praticar o segundo
grande mandamento sem praticar o primeiro! Sempre que tivermos que nos
reconciliarmos com alguém temos de começar nos reconciliando com Deus.
Problemas de relacionamento tem sua raiz em problemas de adoração. Veja Tiago
5.13-26.
Aplicações:
1.
Paixões e desejos poderosos competem com a graça de Deus e a presença do
Espírito Santo em nossas vidas. Quem anda no Espírito nunca satisfaz os desejos
da carne.
2.
As duas realidades.
® Há uma guerra sendo travada em nosso coração, mas
também Deus habita em nós por seu Espírito. O que governa o meu coração moldará
minhas respostas às lutas e às bênçãos; às vitórias e às derrotas de nossas vidas.
® A outra realidade é nossa união com Cristo, que é vital,
eterna e inquebrável. Ele é o nosso redentor, mas também é o nosso mediador e intercessor.