A Nação em Perigo (Sofonias 3.4,5)
Nesses últimos dias nosso país vive a agitação da
descoberta de mais algumas manobras de corrupção que sujam as mãos do governo
federal. Vivemos atônitos, mais uma vez, pelas revelações e declarações de
corruptos e corruptores na TV. Não bastassem as corrupções do governo,
entristece-nos as corrupções dentro e fora das igrejas. Escândalos de pastores
que fazem do luxo seu objetivo de vida, camuflando isso numa teologia de
prosperidade que ama o mundo mais que a Deus! As coisas não eram diferentes no
tempo de Sofonias. Perguntamos: Onde isso vai dar? Será que a corrupção que nos
enforca e sufoca nunca vai diminuir em nosso país? Nossa nação está em perigo
porque muitos tem se desviado de Deus (v.1,2), e o mal exemplo vem de nossos
líderes (v.4,5):
Os príncipes são leões rugidores no meio dela. Eles rugem para nos amedrontar
como presa e deixar-nos sem ação na hora do golpe final. Nossos líderes
políticos usam de suas tribunas para proclamar seu poder autocrático e
intimidar a voz da justiça. Em vez de
guiar e proteger o povo, nossos líderes nos devoram em busca de lucro pessoal.
Os juizes são lobos do cair da noite. “Eles não deixam ossos para serem roídos no dia
seguinte”. Os juízes são responsáveis pela interpretação e aplicação justa da
lei civil. Pergunto-me se as batalhas judiciais que temos visto e que vivemos,
arrastadas por anos, têm servido para alimentar a fome de quem?
Os profetas são levianos e os sacerdotes profanadores
da Lei. Profetas e sacerdotes
representam o poder religioso. Eram os mestres da lei e os proclamadores da
vontade de Deus ao povo. Os profetas são “homens pérfidos”. Perfídia é
deslealdade e infidelidade; é falsidade e traição para com aquilo que se prometeu
zelar. Eles traíram a própria palavra de Deus! Eles deveriam anunciar e ensinar
a vontade Deus ao povo, mas ao invés disso, movidos por avareza, anunciavam
suas próprias visões fazendo comércio de nós (2 Pe 2.3).
Quando a liderança está contaminada a nação está em
perigo. Se a igreja não produz reserva moral suficiente para conter o avanço da
imoralidade e rebeldia das pessoas, então o seu sal perdeu o sabor, para mais
nada presta. Deus a lançará fora para ser pisada pelos homens e receber o
castigo junto com eles. Atolada em pecados mundanos, o que a igreja poderá
dizer ao mundo quanto à santidade e justiça de Deus? O que vamos fazer? É
preciso acordar e dar o sinal, porque se as coisas não pararem, a mão soberana
de Deus vai nos punir com rigor, e todos nós sofreremos as consequências! (1 Pe
4.17).
Ser sóbrios e vigilantes (1 Pe 5.8). Nosso caminho não deve ser nem o do desespero e nem o da
desesperança. A sobriedade nos dá condição de examinarmos os acontecimentos e
agirmos com equilíbrio cristão. Vigiar é orar, todos nós sabemos disso. Ir ao Facebook e destilar veneno não cristão
contra os políticos não abençoa ninguém (Rm 13.1-7).
Buscar e praticar a justiça de Deus (v.5). A mídia mostra escancaradamente o caminho da
corrupção. Toda grande corrupção se sustenta e se alimenta de pequenas
corrupções. Precisamos ser mais justos do que temos sido para sermos sal e luz
para o Brasil!
Arrependermo-nos de nossas próprias injustiças e
pecados (V.6,7). Então, devemos
depositar todas as nossas próprias corrupções pecaminosas, e com vergonha,
confessá-las a Deus para que nos cure delas (2 Cr 7.14).
Com amor, Pr. Helio.
(Publicada no Boletim da Igreja Presbiteriana Jardim Goiás - 27/03/2016).