Martírio de Inácio em Roma
Cristo: O Deus-Homem
“Há
apenas um médico –
Própria
carne, mas espírito também;
Não
criado e, apesar disso, nascido;
Deus
e Homem unidos em Um só;
De
fato, a própria Vida na Morte,
Fruto
de Deus e o filho de Maria;
Ao
mesmo tempo, impassível e ferido
Por
dor e sofrimento neste mundo;
Jesus
Cristo, que conhecemos como nosso Senhor.”
(Inácio de Antioquia – Carta aos Efésios 7.2 – por volta de 110 dC).
Essa declaração de Inácio de Antioquia é uma das mais
claras evidências de que a Igreja adora a Jesus Cristo como Deus desde muito
cedo na sua história. As insinuações mais modernas perpetradas pelos escritores
ateus de nosso tempo insinuando que foi no Concílio de Nicéia (325 dC) que a
igreja declarou a divindade de Cristo como um ato político instigado por
Constantino a fim de cimentar a unidade do Império Romano é pura fantasia
daqueles que não sabem ler a história e a miríade de seus documentos. Um exemplo
é O Código Da Vinci, de Dan Brown.
A declaração da divindade de Cristo em Nicéia,
especificamente no Credo de Nicéia, serviu, ao contrário do que muitos dizem,
exatamente para solidificar a independência da Igreja do Estado romano, pois
afirma que para os cristãos existe apenas um Senhor, que está acima dos
imperadores e governadores desse mundo. Esse único Senhor é Jesus Cristo. A
finalidade da igreja não era política ou social, mas a afirmação inequívoca de
sua fé fundamental perante o mundo. Cristo é quem governa, não outros. Não é à
toa que a linguagem do Credo de Nicéia espelha algumas das afirmações mais
contundentes de Inácio a respeito desse assunto.
Mas a divindade de Cristo não é contestada somente por
escritores e filósofos de nosso tempo. Outras religiões também o fazem.
Recentemente, tem crescido no Youtube, vídeos questionando a divindade de Cristo
em favor do crescimento do muçulmanismo no ocidente.
É fato que o Islã sempre questionou a divindade de Cristo,
ainda que o reconheça como um profeta inferior a Maomé. O que poucos cristão
estão atentos, é que o cristianismo é historicamente anterior ao muçulmanismo,
sendo perceptível no Alcorão,
inclusive, a influencia de uma visão gnóstica sobre as crenças cristãs. Já no
período Patrístico, os pais da igreja debatiam e refutavam as críticas
muçulmanas à fé cristã. João de Damasco e Raimundo Lúlio são dois exemplos da
atenção dadas às crenças muçulmanas que nós cristãos precisamos conhecer melhor.
Mas a plena divindade de Cristo e a sua perfeita
humanidade declaradas juntas é a pérola do nosso testemunho cristão. Por ser
plenamente Deus e por ser plenamente homem, foi que ele pôde e pode nos salvar.
È assim que ele se revelou a nós; é assim que nós cremos nele! Amém.
Com amor,
Pr Hélio.