RESPONDENDO À GRAÇA.
“Como
cooperadores de Deus, insistimos com vocês
para não
receberem em vão a graça de Deus” (2 Coríntios 6.1).
A graça não é o preenchimento do que falta em nós para
alcançarmos a salvação. O que a Bíblia ensina não é que não somos bons o
suficiente para alcançarmos nossa própria salvação e por isso precisamos do
complemento da graça. Não precisamos entender totalmente a graça para sermos
salvos, mas se tivermos uma compreensão errada da graça, pode ser que nunca
entendamos o evangelho.
Para vivermos pela graça é preciso saber o que é a
graça salvadora. Há duas razões para isso:
(1) A graça salvadora é o pressuposto básico de toda a
vida cristã autêntica (Rm 6.23; Ef 2.8-10).
(2) A graça é sempre a mesma na salvação e na
santificação, ou seja, é um dom imerecido de Deus (2 Tm 2.1,2).
Responder à graça como se ela fosse apenas um
complemento ao que falta de nossas boas obras para alcançarmos o céu é uma
resposta equivocada a Deus. Mas a maioria das pessoas entende e vive a sua vida
cristã dessa forma, tentando garantir sua salvação por meio de suas boas obras.
Quem precisa da graça? Todos nós precisamos dela;
desde o mais fraco até o cristão mais ativo, até mesmo o mais ativista! Sabemos
que nenhuma boa obra tem qualquer valor na presença de Deus. Nem os nossos
méritos e nem os nossos deméritos determinam a atuação da graça divina em
nossas vidas, porque ela não é um suplemento para nossos méritos (boas obras) e
nem um complemento para os nossos desmerecimentos (obras más). Ela nos
considera totalmente sem méritos e incapazes de fazer algo que possa obter a
salvação e qualquer benção de Deus. A graça deixaria de ser graça se Deus fosse
obrigado a concedê-la diante de qualquer mérito humano. Receber o que se merece
é justiça e não graça. Ela não é dada por mérito e nem retirada em função do
demérito. A medida da graça é unicamente a infinita bondade, a rica misericórdia,
o intenso amor e o soberano propósito divino (Jo 3.16; Ef 2.4-8). De todos os
ângulos a graça será sempre graça imerecida e sempre maravilhosa graça!
Enquanto estivermos nos apegando á justiça própria e
confiando nas próprias aquisições espirituais, não estaremos vivendo na graça,
pela graça e da graça. Não dá para ficarmos com um pé na graça e o outro nas
obras.
Abraão Booth, criador do Exército da Salvação,
afirmou: “as tentativas de completar o
que foi iniciado pela graça revelam o nosso orgulho e ofendem ao Senhor, mas
não podem promover o nosso benefício espiritual”.
Por essa razão:
(1) Conhecer corretamente a doutrina da graça
é muito útil para usufruirmos de seus benefícios espirituais e amadurecermos
como cristãos.
(2)
Deus não se baseia em nós para aplicar a sua graça, mas somente em si mesmo (Sl
103.10).
Com amor, Pr. Hélio.
(Leia mais
em Graça Que Transforma – Jerry
Bridges – ECC, S. Paulo; 2007; p. 25-34).