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Aula 6 - Orientações Para Lidar Com o Pecado


Aula 6 – Orientações para lidar com o pecado
(20/09/2015)
Pecados Intocáveis – Jerry Bridges – Ed. Vida Nova - págs. 47-51.
Rev. Dyeenmes Procópio de Carvalho.
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Introdução
           
Já estudamos sobre a cura do pecado e sobre o poder do Espírito Santo que trabalha a nosso favor. Vimos também que temos de participar de forma ativa no trato com o pecado. O apóstolo Paulo escreveu que é necessário “mortificar” as práticas do pecado em nossa vida (Rm. 8.13; Cl. 3.5). Isso inclui pecados óbvios que queremos evitar como também os mais sutis que somos propensos a ignorar. Encarar honestamente esses pecados é algo necessário. Para começo de conversa, é uma situação que causa vergonha. Além disso, também implica termos de tomar uma atitude em relação aos nossos pecados. Não podemos continuar a ignorá-los como fizemos até agora.
            No entanto, antes de examinar alguns pecados aceitáveis entre os cristãos, é importante oferecer algumas orientações para lidarmos com eles. Embora alguns pecados necessitem ser tratados de modo especial, algumas orientações se aplicam a todos os pecados sutis.

Primeira orientação: lide com o pecado sempre no contexto do evangelho. Nossa tendência é esquecer o evangelho assim que começamos a lidar com um pecado em nossa vida. Esquecemos que, com a morte de Cristo, Deus já perdoou os pecados assim como Paulo nos diz em Cl. 2.13, 14.
            Deus não somente perdoou nossos pecados, mas também nos creditou a justiça perfeita de Cristo. Em todas as áreas em que temos sido desobedientes, Jesus foi perfeitamente obediente. Somos propensos à ansiedade? Jesus sempre confiou totalmente em Pai celeste. Temos problemas com egoísmo? Jesus sempre foi completamente abnegado. Somos culpados de grosserias, fofoca ou sarcasmo? As palavras de Jesus foram sempre apropriadas às ocasiões. Ele jamais pecou com a sua língua.
            Durante trinta e três anos, Jesus viveu em perfeita obediência à vontade moral de Deus, e sua obediência culminou quando atendeu à vontade específica do Pai – obedecende-o até a morte, e morte de cruz por nossos pecados. Tanto em sua vida pura quanto em sua morte pelos pecados da humanidade, Jesus

mostrou obediência perfeita, justiça perfeita, e essa justiça é transferida a todos os que creem (Rm. 3.21, 22; Fp. 3.9).
            Enquanto lutamos para matar nossos pecados sutis, temos de ter duas verdades em mente: nossos pecados estão perdoados, e Deus nos aceita como justos por causa da vida impecável e da morte expiatória do Senhor Jesus. Não existe motivação maior para lidarmos com o pecado em nossa vida do que compreendermos essas duas verdades gloriosas.

Segunda orientação: dependa do poder capacitador do Espírito Santo.
Lembre-se de que é pelo Espírito Santo que mortificamos os pecados em nossas vidas (Rm. 8.13). Já estudamos esse ponto em particular na última aula. No entanto, não importa o quanto fortaleçamos, iremos sempre necessitar do poder habilitador do Espírito Santo. Nossa vida espiritual é carente dessa força que o Espírito Santo nos concede. Apenas por sua ação é possível vencermos as inclinações da nossa carne (Gl. 5.16). Portanto, cultivemos uma atitude de dependência contínua do Espírito.

Terceira orientação: reconheça que temos responsabilidade de dar todos os passos prático na luta contra o pecado, mesmo dependendo do Espírito Santo.
Não é fácil manter de igual modo essas duas verdades em mente – dependência e responsabilidade. Nossa tendência é salientar e esquecer a outra. Manter ambos os aspectos da nossa luta contra o pecado é um grande desafio, quase um paradoxo. Um fato pode nos ajudar a compreender melhor este aspecto. Em termos gerais, a salvação enquanto um ato ou o início da nossa caminhada com Cristo é completamente monergística, isto é, um ato que depende ou pressupõe exclusivamente a ação de Deus. Já, enquanto processo, a salvação é sinergística, ou seja, inclui a participação humana. Por isso, ao mesmo tempo que Paulo fala que Deus vai completar a obra (Fp. 1.16), ele também nos ordena a fazer morrer nossa natureza pecaminosa (Cl. 3.5).

Quarta orientação: identifique áreas de atuação dos pecados aceitáveis.
            Esse é um dos objetivos das nossas próximas aulas, em que examinaremos os pecados sutis um a um. Em cada aula é necessário que peçamos ao Espírito Santo que nos ajude a descobrir em nossas vidas algum traço do pecado ali descrito. Claro que exige de nós atitude humilde e disposição para encarar o pecado. Ao identificar um pecado, pense nas situações que o desencadeiam. Preparar-se para as circunstâncias ou eventos que engatilham o pecado ajuda a dar um fim nele.


Quinta orientação: aplique versículos específicos a cada um dos pecados sutis.
            Devemos memorizar os versículos, refletir e orar sobre eles, e pedir que Deus os use para nos fortalecer na luta contra esses pecados. O salmista afirmou: “Guardei a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti” (Sl. 119.11). Guardar significa reservar para necessidades futuras.
            É exatamente que fazemos ao guardar a Bíblia no coração. Armazenamos versículos para necessidades futuras: para as horas em que somos tentados a nutrir algum pecado sutil (ou nem tão sutil assim).

Sexta orientação: ore continuamente sobre os pecados que toleramos.
Isso está pressuposto na segunda orientação que fala sobre a dependência do Espírito Santo, e na quinta orientação que trata da memorização de versículos. Todavia, é importante destacar a oração como uma das orientações mais importantes na luta contra o pecado uma vez que, por meio dela que reconhecemos continuamente a presença e a insistência desses pecados em nossas vidas.
            Devemos orar de dois modos sobre os nossos pecados sutis. Primeiro, de modo planejado e consistente, talvez em nosso tempo a sós com Deus. Segundo, fazer oração “relâmpago” pedindo socorro ao Espírito Santo sempre que nos deparamos com situações que engatilham um de nossos pecados.

Sétima: envolver um ou mais cristãos em nossa luta contra os pecados sutis.
            Naturalmente, esse deve ser um relacionamento mútuo que nos leve a exortar, encorajar uns aos outros e orar uns pelos outros. A Bíblia explicar melhor “serem dos dois que um, porque têm melhor recompensa do seu trabalho. Pois, se um cair, o outro levantará seu companheiro. Mas pobre do que estiver só e cair, pois não haverá outro que o levante” (Ec. 4.9, 10). Se desejamos avançar na batalha contra o pecado, temos de ser vulneráveis e responsáveis uns pelos outros, orar uns pelos outros e encorajar uns aos outros.
           
Conclusão
            Ao fazer uso dessas orientações, lembre-se de que o seu coração é um campo de batalha entre a carne e o Espírito (Gl. 5.17). Nessa guerrilha, a carne levará vantagem algumas vezes. Ao mirar um pecado em especial na intenção de mata-lo, sua situação pode piorar ao invés de melhorar. Anime-se: isso é normal. O Espírito Santo usará sua desobediência e derrota ocasionais para fazê-lo enxergar a profundidade de seus pecados sutis e leva-lo a entender o quanto você depende do Senhor.

            Ao examinar alguns pecados que normalmente toleramos, veremos algumas sugestões práticas a respeito de como lidar com eles. Contudo, essas orientações gerais serão sempre aplicáveis. Portanto, seria bom fazermos uma boa digestão das orientações anteriores antes de prosseguirmos.

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