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Tamar - O Desespero Pecaminoso e a Graça de Deus


Tamar – O Desespero Pecaminoso e a Graça Fiel de Deus.
Gênesis 38.
Rev. Helio de Oliveira Silva.
Pastor auxiliar da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia.

   1.      A história de Tamar é um parêntese à história de José.
Moisés mostra como a decadência do pecado contaminou profundamente a família de Judá, irmão mais velho de José, e o quarto filho de Jacó. Os filhos de Judá nasceram de um casamento misto com uma cananita. Seus dois filhos mais velhos ficaram conhecidos na história bíblica como homens perversos. Sua atitude para com a sua nora foi de enganação e precaução mentirosa. Ele mesmo foi promíscuo e um péssimo administrador de sua vida familiar. Tudo isso faz um contraste tremendo com a história de José, que vivendo em meio a tudo isso, andava com Deus.

Os dois maridos dela morreram porque desagradaram a Deus e ao terceiro jamais seria entregue por mulher. As perversidades de Er e Onã a humilhavam enquanto mulher. O estratagema presunçoso de Judá e posteriormente sua promiscuidade sexual irresponsável com sua própria nora não foram capazes de anular a fidelidade da graça divina, que no fim das contas, é quem dita os caminhos da história humana.

   2.      A história de Tamar é a demonstração da fidelidade de Deus às suas promessas, mesmo quando o pecado parece ter-se apoderado de tudo!
Todas as ações e reações dessa história foram construídas sobre a areia do pecado. Apesar disso, fica claro que lá no fundo, a corrente da graça e a linhagem do Messias estavam sendo preservadas pelo amor gracioso e constante de Deus. Por isso, a história de Tamar reflete a continuidade da graça gerando e mantendo esperança, apesar das ações discriminadoras e desesperadas e pecaminosas das pessoas tentando afirmar-se umas diante das outras.

Ela viveu e sofreu debaixo das perversidades de seu primeiro marido; ela foi tratada como mero objeto sexual por seu segundo marido; ela foi humilhada pela falsa promessa e discriminação pecaminosa de seu sogro. Como mulher, viveu um jugo desesperador como se a culpa da morte de dois maridos fosse sua, o que o texto deixou claro que não era.

Por causa de tudo isso, ela procurou assegurar sua posição dentro da família por meio de uma ação pecaminosa e desesperada de pura revanche. Então usou de toda a sua força feminina para vingar-se e afirmar-se perante Judá, por meio de um arriscado jogo de sedução e pecado. Mesmo assim, o seu desespero pecaminoso não anulou a fidelidade da graça divina, que ainda que aparentemente perdida ou vencida nas desventuras das discussões de gênero, é quem dita os caminhos da história da humanidade.

A história de Tamar traz duas constatações: Apesar de seu pecado, ela foi mais justa do que quem tinha a obrigação de ser mais justo do que ela. Ela tinha tudo para ser uma viúva negra, entretanto, por uma ação livre e soberana da graça divina foi incluída na família da aliança e tornou-se ancestral de Davi e de Cristo.

Motivos de Oração:
   1.      Não seja o pecado o que dita as nossas decisões e o nosso comportamento social, familiar e humano, mas a graça de Deus..
   
   2.      Que a nossa história não seja o ponto de contraste com a história de outros homens e mulheres que vivem na presença de Deus.
   
   3.      Que a graça se manifeste a nós na nossa história e por meio dela, nunca correndo no anonimato dos acontecimentos; nunca agindo apesar de nossas ações pecaminosas; nunca contrastando como nosso desespero ou desesperança. Pelo contrário; seja a graça refletida em nossas vidas como foi na vida de José; sejamos canais explícitos da graça que nos move e motiva; tenhamos uma vida segundo a graça e não à parte dela.

   
   4.      Que aprendamos com os nossos erros, como Judá aprendeu.

   (PS) = Essa meditação faz parte de nossa segunda publicação: "Eu Sou Aquela Mulher" em preparação para ser publicado na ocasião do Dia Das Mães de 2015. Aguardem.

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