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Um Ato e Um Beijo de Amor Verdadeiro

Helio O. Silva = 16/07/2014
Um Ato e Um Beijo de Amor Verdadeiro


Essa é a mesma história que você já conhece, contada de um jeito diferente”. É assim o começo da nova versão da história da Bela Adormecida lançada pela Disney com o título de “Malévola”, ainda em cartaz nos cinemas. Ela faz um par necessário com “Frozen” o sucesso Disney do início do ano.

Essas histórias retornam ao surrado velho jargão do “beijo do amor verdadeiro”. Em Frozen é bem frisado que se trata de “um ato” e não de “um beijo” de amor verdadeiro. Nessas histórias o amor verdadeiro não está ou é praticado pelo representante do sexo oposto, mas por pessoas do mesmo sexo. Ambas ressaltam que o motivo das intrigas e tramas do enredo tem a ver com a posse de talentos especiais que tornam pessoas boas em más compreendidas; e vilões que precisam ser eliminados. O sexo oposto (masculino) é tratado como um empecilho e o elemento catalisador da incompreensão e da perseguição.

Para quem conhece as concepções da Disney, sabe o quanto sua ideologia navega pelos mares andrógenos das preferências sexuais do nosso tempo e da linguagem “anti-homofóbica” perpetrada na construção de suas personagens. Tanto em Frozen quanto em Malévola, suas personagens precisam abrir as portas do castelo ou atravessar a fronteira dos dois reinos para viver a liberdade. Conceito muito parecido com a insistente frase “sair do armário” advinda dos arraiais homossexuais.

Todavia, há algo novo no ar. Parece que a Disney deu um passo atrás. Quem assiste às duas obras e insinua tratar-se de apologia ao lesbianismo é logo chamado de malicioso, homofóbico e insensível: As obras tratam do amor singelo entre duas irmãs e da mulher magoada que aprende a amar a “praga” que nunca foi a sua verdadeira inimiga. Isso é verdade, mas o será no caso da Disney?

A Disney realmente deu um passo atrás e abriu a porta para a recuperação de conceitos cristãos esquecidos ou abandonados. Malévola volta a ser boa mediante o arrependimento. Elsa precisa, por meio do amor e do perdão, libertar o seu reino do frio inverno que ela trouxe. Também é verdade que existem atos de amor verdadeiro e beijos de amor verdadeiro praticados entre pessoas do mesmo sexo que jamais redundarão em interesse homossexual entre pessoas queridas e amadas (irmãs, amigas, irmãos e amigos). A amizade entre Davi e Jônatas é o mais límpido exemplo bíblico dessa verdade (1 Samuel 18; 1 Samuel 23).

Quem apanhou feio nas duas estórias foi o amor entre homens e mulheres. Ele foi friamente caricaturado pelo jogo de interesses, pela cobiça ambiciosa e pela dissimulação maliciosa. Usando um termo pós-moderno, o amor romântico que deveria coroar os casamentos foi desconstruído para nada ser edificado no seu lugar. O amor entre os sexos opostos está morrendo, à beira da sepultura. Essa nunca foi a perspectiva bíblica (Provérbios 18.22; Efésios 5.21-33).

O príncipe Filipe de Malévola está coberto de razão ao dizer que é difícil demonstrar amor verdadeiro por alguém que você conhece tão pouco e há tão pouco tempo. A superficialidade de Anna em Frozen lhe custou a amarga traição de seu príncipe. Quando o amor começa pelo respeito, pela admiração e pela verdade, ele se torna o que tem de ser na construção dos relacionamentos entre pessoas do sexo oposto. Assistam aos filmes, valem a pena, mas assistam sem a ingenuidade de uma fé cega e sem a malícia enervante da incredulidade.


Com amor, Pr. Helio.

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