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Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
10 = 1 Timóteo 4.1-10 – A Detecção do Ensino Falso.23/10/2013.
Grupo de Estudo do Centro – Agosto a
Dezembro/2013
Liderança:
Pr. Hélio O. Silva e Sem. Adair Batista.
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A Mensagem de1 Timóteo – A Vida na
Igreja Local – John R. W. Stott, ABU, p.109-119.
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Introdução:
Os falsos
mestres negam o que a igreja confessa. Eles se aglomeram em dois grupos dentro
da igreja: Os que abandonam a fé e abraçam a falsidade e os que duvidam da
verdade por menosprezar a condição dos pregadores; no caso de Timóteo: A sua
juventude. No capítulo 4, Paulo mostra como detectar o falso ensino (1.10) e
depois como o ensino verdadeiro pode ser aceito e aprovado (4.11-5.2).
Se desejamos
manter a igreja local livre do erro e firme na verdade, o combate teológico não
poderá ser evitado, especialmente em nosso tempo, quando o conceito de verdade
objetiva é desprezado como algo ultrapassado e desnecessário.
1. As
causas do erro (v.1,2).
1ª) Abandono da fé por ouvir ensinos de demônios.
®
Nos
últimos dias.
Diz respeito à
era inaugurada pela primeira vinda de Cristo e que se encerrará com a sua
segunda vinda. A apostasia de cristãos sempre foi e continuará sendo uma
experiência amarga e difícil na história da igreja.
®
Afirmada
expressamente pelo Próprio Espírito Santo.
Paulo não
inventou nada do que diz; o próprio Espírito lhe revelou (At 20.29,30). Também
Jesus Cristo já havia profetizado (Mt 24.10,11; Mc 13.22).
®
O que é
apostasia?
Apostasia não
é o abandono da crença, mas a troca da crença verdadeira pela falsa. As pessoas
continuam crendo em Deus, mas não de acordo com a revelação que ele faz de si
mesmo. A palavra é uma expressão forte aplicada à infidelidade de Israel para
com Deus no Antigo Testamento.
®
A primeira
causa é diabólica.
Os que
abandonam a fé o fazem por seguirem a ensinos de demônios. O falso ensino
acontece debaixo da influência de demônios; do mesmo modo que o ensino da
verdade ocorre pela influência do Espírito Santo.
Devemos levar
a sério o fato de que o diabo é tanto o tentado como o enganador que seduz as
pessoas ao erro. Foi desse modo duplo que ele agiu no Jardim do Édem ao enganar
Eva (Gn 3). Ele é mentiroso e o pai da mentira (Jo 8.44). Ele e seus demônios
cegam e até cauterizam a mente das pessoas, mesmo as mais cultas, enganando-as
e levando-as às práticas descabidas do misticismo e da filosofia ateísta! (1 Jo
4.6; 2.Tm 2.26; Gl 3.1; 2 Co 4.4).
2ª) Dar ouvidos a ensinamentos humanos.
®
Homens hipócritas e mentirosos.
A segunda
causa é humana. Satanás sempre faz uso de agentes humanos para propagar o
engano. Homens hipócritas só podem ensinar a mentira. Tanto a hipocrisia quanto
a mentira são práticas intencionais, de modo que os falsos mestres são
plenamente conscientes de suas falsidades, pois nem eles mesmos creem no que
ensinam.
3ª) Fruto de uma consciência cauterizada.
A expressão
usada por Paulo é forte, indica algo que foi “marcado com ferro quente”! Como
era feito com o gado e com os escravos, mas também como era feito com feridas
graves. Um nervo cauterizado se torna insensível. Himineu e Alexandre são
exemplos desse processo de cauterização da mente que leva ao naufrágio da fé
(1.19).
2. dois
testes para detecTar o erro (v. 3-10).
1º) O teste teológico: A Criação (v.3-5).
Paulo cita
dois exemplos de erros doutrinários mantidos pelos falsos mestres relacionados
à fome (alimentos) e a sexo (casamento). Uma forma de ascetismo de origem
judaica (essênios de Qunram) que se misturou com o gnosticismo. Embora o jejum
e o celibato sejam formas bíblicas de comportamento, não existe nenhuma
proibição bíblica contra o casamento e a alimentação ordinária.
Tanto o
casamento quanto a alimentação são fundamentados na criação, pois Deus os criou
e devem ser recebidos com ações de graça. O que Deus fez é para ser recebido
com gratidão. A palavra de Deus e a oração os santifica.
Paulo não
afirma que tudo é bom, mas aquilo que Deus criou é bom, pois existem que os
homens fazem que não venha da mão criadora de Deus. Por isso temos de discernir
o que vem de Deus na criação e o que vem do homem na queda. A queda danificou a
criação e a sujeitou à “inutilidade” (Rm 14.6; 1 Co 10.30). Deus criou um homem
e uma mulher, portanto abençoou o casamento monogâmico: qualquer forma de
heterossexualismo adulterino ou promíscuo ou homossexualismo fogem da regra da
criação de Deus. Por isso, temos de ter o maior cuidado de não confundir
criação e queda; ordem e desordem.
Não
podemos manter em atividade entre nós uma doutrina da redenção que expulse as
promessas bíblicas do novo céu e da nova terra. O ascetismo evangélico que nega
a criação é cria do gnosticismo e deve ser abandonado. Somos mordomos da
criação e feitos à imagem de Deus, dessa forma devemos tratar a dinâmica da
vida natural (trabalho, casamento, família, amizades) de forma mais grata e não
ascética. Rejeitar essas coisas é abandonar a fé.
2º) O teste ético: A piedade (v.6-10).
Ensinar a
verdade de forma prática nos torna bons ministros de Cristo. Timóteo deveria
dedicar-se à vida piedosa, consagrada e ensiná-la com firmeza e simplicidade. O
bom
ministro é somente aquele que ensina a boa doutrina! E só pode
ensinar bem quem tem a boa disposição para aprender bem. Se pode alimentar bem
aos outros, quem foi bem alimentado primeiro.
No verso 7,
Paulo fala do alimento como quem nutre a crianças, e depois se refere ao
exercício de um atleta. Alimentação disciplinada e o exercício físico são duas
coisas indispensáveis para a saúde do corpo, e de forma metafórica o mesmo
ocorre com o discipulado cristão. A verdade da fé e a boa doutrina são os
verdadeiros alimentos, “fábulas profanas de velhas caducas” são tranqueiras e
lixo teológico!
A palavra
piedade aparece 15 vezes no Novo Testamento, sendo 13x nas epístolas pastorais
e 9x em 1 Timóteo. Significa o respeito e a reverência a Deus. Ele é uma mistura de temor e amor que
forma a nossa devoção a Deus. Ser piedoso é ser temente a Deus e ter a vida
centrada em Deus e não em si mesmo. No verso 8 Paulo chega a firmar que o
exercício espiritual é mais importante que o exercício físico.
Aqueles
que não vivem piedosamente demonstram não ser cristãos e portanto, são vítimas
fáceis do falso ensino.
Aplicações:
1. Como nos exercitamos na piedade?
Através da prática de disciplinas bíblicas – leitura diária, meditação,
memorização estudo das relações entre suas diversas doutrinas.
2. Como detectar o falso ensino? Qual a
sua postura quanto à criação e à piedade. Como pratica sua fé diante do mundo e
na vida privada são sinais evidentes do quanto a verdade nos conduz e interfere
em nossas decisões e comportamentos.
3. Quem é o salvo? Não é aquele que
professa ser crente, mas aquele que objetivamente obedece às determinações do
evangelho para uma vida cristã saudável.