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Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
07 = 1 Timóteo 3.1-7– Os Supervisores da Igreja. 25/09/2013
Grupo de Estudo do Centro – Agosto a Dezembro/2013
Liderança:
Pr. Hélio O. Silva e Sem. Adair
Batista.
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A Mensagem de1 Timóteo – A Vida na
Igreja Local – John R. W. Stott, ABU, p.88-99.
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Introdução:
“A saúde da igreja depende grandemente da qualidade,
da fidelidade e do ensino de seus ministros ordenados” (p.88). Duas afirmações
introdutórias precisam ser feitas:
1ª)
Deus deseja que sua igreja tenha pastores
(At 14.23; Ef 4.11, At 20.28). Ele constituiu bispos sobre a sua igreja para
pastoreá-la. Essa era a tarefa de Tito (Tt 1.5) e de Timóteo tanto em Creta
quanto em Éfeso (1 Tm 3).
2ª)
Deus não estabeleceu especificamente o
formato da supervisão pastoral, mas estabeleceu exigências quanto às
qualificações para a mesma. Bispo e presbítero são termos intercambiáveis e
complementares no Novo Testamento (At 20.17,28; 1 Pe 5.1,2; Tt 1.5-7). A
palavra presbítero é de origem judaica e enfatiza a maturidade enquanto eu a
palavra bispo é de origem grega e aponta para o papel de supervisão da igreja.
I
- O Desejo Pelo Episcopado é Legítimo (V.1)
1) Está em consonância com a fidelidade
da Palavra de Deus.
A prescrição é bíblica, ou revelatória. Faz parte da
vontade de Deus.
2) É uma
excelente obra.
O desejo pelo cargo não é crime, mas um direito
legítimo. O direito, porém, tem responsabilidades correspondentes, porque Paulo
não está se referindo a uma ambição pessoal de prestígio e poder, mas ao
reconhecimento de que o pastorado é uma tarefa nobre,pois envolve o cuidado do
povo de Deus.
Todavia, como foi dito sobre 1.19, o ministério
pastoral implica em três pontos: (1) O chamado de Deus, (2) a aspiração pessoal
e a convicção do coração e (3) o exame criterioso e a aprovação pública por
parte da igreja e sua consequente ordenação através do presbitério.
II – As
exigências para o Presbiterato (V.2-7).
1)
É
Necessário:
Aparece 2 vezes (v. 2 e 7). Uma vida digna não é uma
opção ou um ideal, mas uma exigência. As circunstâncias da vida da Igreja as
exigem, não o cargo em si.
2)
As
Exigências Bíblicas:
São todas morais, exceto uma (“ser apto para ensinar”).
a)
Conduta Irrepreensível.
Alguém que está além da reprovação, não
só dos olhos humanos. (Ef 1.4 - 6 - perante ele). Não significa imune a erros,
mas alguém que não apresente defeitos de caráter notáveis quanto à sua
reputação. Uma reputação que possa ser publicamente verificada. John Stott
coloca essa exigência como geral e as demais como 10 áreas em que essa
irrepreensibilidade deve ser verificada antes da eleição.
b)
Fidelidade
no casamento
® Esposo de
uma só mulher. Traduções alternativas = “Casado uma só vez”
ou “casado com uma mulher de cada vez”. O texto é enfático “uma só”. Quatro
observações se tornam necessárias:
(1)
Paulo não está excluindo os celibatários (que nunca se casaram), mas deixa claro que o
casamento não só está aberto como é altamente recomendável aos presbíteros.
(2)
Paulo exclui os polígamos. Não podem exercer o presbiterato os que mantêm mais
de uma esposa simultaneamente.
(3)
Paulo exclui os divorciados, que se casaram novamente. Existem inúmeros preceitos bíblicos contrários ao
divórcio, portanto é razoável e correto esperar que um nível mais elevado seja
prescrito para os pastores/presbíteros, que são chamados a ensinar através do
exemplo de sua vida, tanto como pelas suas palavras (p.93).
(4)
Paulo não exclui os que tendo se enviuvado, casam-se
novamente. Embora os sacerdotes do
Antigo Testamento não pudessem desposar viúvas (Lv 21.14; Ez 44.22) no Novo
Testamento viúvos de ambos os sexos são permitidos casarem-se novamente com outro
crente (Rm 7.1ss; 1 Co 7.39).
(5)
Paulo exclui os infiéis no casamento (adúlteros). O pastorado deve ser exercido por aqueles que forem
fiéis e devotados unicamente à sua mulher.
c)
Domínio
Próprio
® Temperante. O ponto certo do aço - têmpera.
Equilibrado, moderado e vigilante quanto a si mesmo - com a mente limpa. Sóbrio
® Sóbrio e auto-controlado. Sensato e disciplinado. Que
sabe ordenar sua vida interior
® Modesto. Ordeiro. Que sabe ordenar sua vida
pública (exterior).
d)
Hospitaleiro
Literalmente = “amor pelos estranhos”. Ter
sua casa franqueada aos viajantes (cristãos) e aos membros da Igreja em
necessidade.
e)
Apto para
ensinar. Única exigência
funcional.
Tenha capacidade de ensinar. Não quer
dizer que deva ser um pregador de púlpito. Capacidade para ensinar implica em
quatro procedimentos básicos:
·
Conhecimento da
Palavra.
·
Lealdade à
Palavra
·
Disposição para
instruir
·
Vigilância contra
o erro
5.17
- os que se afadigam na
Palavra são dignos de dobrada honra (salários).
“O fato de que os que supervisionam a igreja têm de
ter um dom de ensino demonstra que a igreja não tem a liberdade de ordenar quem
quer que seja que Deus não tenha chamado e a quem Deus não tenha dado s dons
necessários” (p.95).
f)
Não dado
ao vinho (paroinoj - ao lado do
vinho, escravo da bebida).
Não é o uso do vinho em si, mas a bebedice que é
proibida (3.8 = Diáconos e Tito 1.7). Ensinar a palavra e consumir bebidas
alcoólicas são duas coisas que não andam juntas (p.95). O Antigo Testamento
trás instruções restringentes quanto ao uso da bebida por líderes do povo de
Deus para os sacerdotes (Lv 10.1ss (?)), os reis (Pv 31.4ss), os magistrados
(Is 5.22,23) e os profetas (Is 28.7ss).
Embora hajam fortes argumentos sociais em favor da
abstinência às bêbedas alcoólicas, a recomendação de Paulo aqui é a do uso
moderado, como resultado do domínio próprio.
g) O grau de
autocontrole frente a provocações
® Não violento, porém cordato. “Alguém que dá murros”.
Brutalidade. Deve ser antes, cordato - longânimo, paciente, gentil, amável (2
Co 10.1 - como Jesus Cristo).
® Inimigo de contendas. Sem lutas, não contencioso – trata-se
de brigas de palavras. Pessoas exigentes e irritantes são verdadeiros desafios
à temperança dos lideres da igreja, mas deve-se seguir o exemplo de Cristo e
ser amável com todos.
h) Atitude
diante do dinheiro.
® Não avarento. Não se dirige pelo amor ao dinheiro.
Saber guardar o dinheiro (a bolsa) do povo de Deus. Miquéias profetizou contra
os que oprimem religiosamente o povo de Deus por causa de dinheiro (Mq 3.11).
Os pastores devem ser pagos de forma adequada (5.17), mas não devem por causa disso
agir como mercenários!
i)
Disciplina
no lar:
® Governe bem sua casa. Criando os filhos sob disciplina,
com todo o respeito (dignidade). Se não sabe cuidar dos seus não pode cuidar do
povo de Deus. “Governar” significa dirigir e cuidar. Os filhos lhe obedecem e
são crentes (Tt 1.6). Eli é um exemplo de como a falha nesse ponto pode ser
desastrosa para uma família pastoral (1 Sm 2 e 3).
j) Maturidade
Espiritual:
® Não
neófito. Novo convertido - “uma
árvore recém-plantada”. Os perigos são óbvios.
® Soberba - Esta foi a causa da condenação do diabo. (2 Tm
2.26). tufwqeij - “estar cheio ou envolvido de fumaça”. Resultado do orgulho engendrado
pela promoção rápida” (Kelly).[1]
k)
(Reputação)
Bom testemunho dos de fora.
Dos não cristãos. Não é só na igreja e
entre os crentes que precisamos dar testemunho de vida transformada. É pelo
caráter do pastor/presbítero que o mundo
tende a julgar a Igreja. Os de fora têm antipatia natural pela igreja, a não
ser quando o seu testemunho é coerente com a sua fé. - “Cair no opróbrio” é
cair na boca do povo. Cair no
laço do diabo é cair em suas armadilhas. Por isso o bom testemunho é uma
necessidade.
Aplicações:
1.
Essas exigências
têm longo alcance no cristianismo,
pois elevam os padrões morais de nossa sociedade religiosa e secular.
2.
Revelam o equilíbrio das escrituras, pois servem tanto de estímulo para os fiéis quanto
de desestímulo para os interesseiros. Desestimulam porque os padrões requeridos
são elevados para o nosso tempo e a tarefa é árdua. A responsabilidade
atemoriza aé mesmo os mais bem dotados e aos melhores cristãos! Estimulam
porque o pastorado é uma função nobre, um belo encargo e ma ambição louvável.
3.
Exigências bíblicas são inegociáveis. Não podem ser subestimados e nem menosprezadas.
Precisam ser cumpridas.
4.
Uma chamada à responsabilidade da liderança aos homens. Deus não abriu os ofícios da igreja às mulheres,
embora as tenha cumulado de dons e serem muito úteis à igreja. Negligenciar o
chamado de Deus e o preparo para desempenhar a tarefa é um grave pecado
masculino e um perigoso rebaixamento nos padrões morais do cristianismo.
[1] J. N. d.
Kelly, 1 e 2 Timóteo e Tito, Introdução e Comentário, Vida Nova/Mundo
Cristão, p.?