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05 = 1 Timóteo 2.1-7 = O Enfoque Mundial do Culto Público



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Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
05 = 1 Timóteo 2.1-7 – O Enfoque Mundial do Culto Público. 
Grupo de Estudo do Centro – Agosto a Dezembro/2013 (28/08/2013)
Liderança: Pr. Hélio O. Silva e Sem. Adair Batista.
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A Mensagem de1 Timóteo – A Vida na Igreja Local – John R. W. Stott, ABU, p.56-71.
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Introdução:
         O objetivo do capítulo é prático: Como se deve conduzir o culto público? A expressão “antes de tudo” no verso 1 nos coloca diante de uma prioridade de importância e não de tempo. O culto e a oração não são aquilo que deve vir primeiro, mas é o que deve estar acima de tudo em importância e prioridade. Por que o culto é mais importante que a evangelização?
1.     Porque devemos amar a Deus acima de tudo e o próximo logo a seguir.
2.     Porque após findar-se a tarefa evangelística o povo de Deus continuará cultuando a Deus eternamente.
3.     Porque a evangelização é um aspecto do culto. O alvo da evangelização é levar os convertidos à adoração ao único Deus verdadeiro.
Quem não leva o culto a sério não é um cristão genuinamente bíblico (p.56). Os versos 1-7 tratam do enfoque do culto: Mundial, universal; os versos 8-15 tratam da condução do culto e de qual papel homens e mulheres devem desempenhar no mesmo. Vejamos a primeira parte: Três vezes Paulo utiliza a expressão “por todos” e finalmente “aos gentios” (todo o mundo não judaico).

1.     as orações da igreja devem para todas as pessoas (2.1,2).

a)    Vários tipos de orações por vários tipos de pessoas.
É difícil determinar qual a diferença pretendia por Paulo entre os três primeiros tipos. Pode ser uma referência a necessidades específicas (súplicas), as necessidades que temos em vista no momento (orações) e as orações por necessidades de outros; somados à gratidão (ações de graças) em todas as orações. Entretanto o foco claro é que todos os tipos de oração mencionados aqui devem ser em favor de todos os homens.
A intercessão é um fator fundamental no crescimento da evangelização mundial e a falta dela a razão de seu decréscimo ou estagnação.

b)    Orações por autoridades civis e públicas, mesmo não cristãs.
Devemos orar não somente por lideres cristãos no poder mundial, mas por todos, independentes de seu credo religioso ou falta dele. Por reis e por autoridades civis em todos os níveis de poder público. Esse é um ensino claro tanto no Antigo Testamento (Jr 29.7; Ed 6.10) quanto do Novo Testamento. Vale ressaltar que o imperador que estava no trono romano no tempo de Paulo era o terrível Nero, cruel e hostil ao cristianismo.

c)     Os três benefícios da intercessão: Paz, tranquilidade e louvor a Deus.
®   Vida tranquila e mansa. O maior benefício de um bom governo é a paz no sentido de liberdade de guerras e conflitos civis. Somente onde há ordem civil, a igreja tem liberdade suficiente para realizar sua missão evangelizadora.
®   Com toda piedade e respeito. Esses dois vêm “com” a paz. Piedade é uma das palavras chaves de 1 Timóteo (3.16; 4.7,8; 6.3,5,6,11) e significa consagração a Deus. “Respeito” é dignidade que eleva os padrões morais da sociedade.
®   Isso é bom e aceitável diante de Deus. Havendo condições de paz a propagação do evangelho é facilitada. Um dos fatores importantes da proclamação do evangelho no primeiro século foi a chamada “pax romana”, pois garantia a locomoção dentro do Império Romano com relativa segurança.

d)    Qual a relação bíblica entre Igreja e Estado?
Paulo define que o dever do estado em relação à igreja é manter a paz, proteger os cidadãos, preservar a lei e a ordem, punir o mal e promover o bem (Rm 13.4). Uma sociedade onde o estado age assim pode usufruir de estabilidade. Por outro lado o dever da igreja é orar pelo estado, para que seus gestores administrem a justiça e promovam a paz. Cada um deve ajudar o outro a cumprir o seu papel determinado por Deus.

2.     o desejo de Deus é a salvação de todos os homens (2.3,4).

Deus é o Deus salvador e deseja a salvação de todos os homens.
a)    Não ao elitismo e não ao universalismo quanto à salvação.
Paulo contradiz tanto a judeus nacionalistas quanto a gnósticos elitistas, que pregavam ser a salvação exclusivas de seu grupo. Muitos desejam monopolizar a salvação através de elementos estranhos ao evangelho tais como: o racismo, o nacionalismo, o tribalismo, o classismo, o bairrismo paroquial e denominacional, além de todo tipo de preconceito e orgulho da natureza humana.
O oposto do elitismo é o universalismo, que prega que todos serão salvos no final. Paulo deixou claro mesmo nessa epístola que nem todos serão salvos, pois nem todos receberão a misericórdia divina (1.13), alguns cairão na mesma condenação do diabo (3.6) e todo pecado será julgado por Deus (5.24) levando muito homens à ruína e destruição (6.9).

b)    A escritura ensina claramente a doutrina da eleição.
Essa doutrina é clara tanto no Antigo Testamento (Dt 4.37; 7.6,7; 13.2) quanto no Novo Testamento (Jo 15.16) para citar apenas dois exemplos! Essa doutrina nunca é declarada para contradizer o alcance universal do evangelho nem para propiciar uma desculpa para não evangelizarmos o mundo todo. A doutrina tem três propósitos claros:
1.     Para nos humilhar. Toda a nossa salvação é uma ação exclusiva de Deus.
2.     Para nos tranquilizar. Deus prometeu jamais nos abandonar.
3.      Para nos despertar para missões. Deus escolheu a Abraão para abençoar todas as famílias da terra. Deus escolheu a igreja para proclamar o evangelho a todas as nações.
Mesmo enfrentando dificuldades, algumas propostas de interpretação desse texto são:
®   Há uma diferença entre o desejo de Deus e o propósito de Deus. Embora Deus tenha prazer na salvação de todos, não deixará de exercer a justiça sobre os pecados dos homens.
®   Oferecer o evangelho “a todos” não significa oferecer o evangelho “a cada pessoa”. No verso 1 é dito que devemos interceder por todos os homens; isso é possível fazer? Devemos orar por todos os tipos de pessoas e não nominalmente por cada um dos 6,5 bilhões de habitantes do mundo atual. O evangelho deve ser proclamado a todas as nações, ao maior número possível de pessoas, mas isso não quer dizer todas as pessoas individualmente, pois muitos já morreram e muitos rejeitam ao convite do evangelho.
®   O que temos aqui é uma antinomia, uma contradição lógica que não tem solução, ou seja, temos de crer tanto na eleição divina quanto na responsabilidade humana diante do convite do evangelho; não um em detrimento do outro, mas os dois juntos; não em contradição, mas em tensão. O próprio Senhor Jesus afirmou que veio para todos, mas que nem todos viriam a ele (Mt 11.28; Jo 12.32; cf. Jo 17.6,9).

c)     A unicidade de Deus e a mediação de Cristo são a razão do convite universal do evangelho.
A razão porque Deus deseja a salvação de todos os homens é porque ele é o único Deus, não existe outro. O politeísmo é tão falso quanto o ateísmo. Deus é o único Senhor (Dt 6.4). Ele não compartilha a sua glória com ninguém (Is 42.8). Toda língua deve confessar o seu nome único e todo joelho deve se dobrar em adoração somente diante dele (Is 45.23; Fp 2.11).
Nossa fé exclusiva (há apenas um único Deus) leva à nossa missão inclusiva (Ele deseja que todos sejam salvos por ele).

3.     a morte de Cristo é para todos (2.5,6).

a)    A unicidade de Deus e a mediação de Cristo são a razão do convite universal do evangelho (v.5).
Há apenas um Deus, e há apenas um mediador entre ele e nós: Jesus Cristo. Deus não salva de diferentes maneiras por diferentes religiões, ele salva somente por meio de Cristo (Jo 14.6).
Não seguimos o pluralismo que tolera todas as religiões aceitando seu caráter salvífico e negando a mediação única de Cristo para a salvação. Não adotamos o inclusivismo que aceita a Cristo, mas afirma que ele salva pessoas diferentes por meio de diferentes processos, incluindo outras religiões. Cremos no exclusivismo de Deus quanto à salvação que alega ser Cristo o único e suficiente salvador e que a salvação é obtida pela fé depositada exclusivamente nele.
Um mediador é um intermediário, colocando-se no meio para realizar a reconciliação entre rivais. Ele é um árbitro para restabelecer a paz (Ef 2.15).

b)    Duas razões para a singularidade de Cristo na salvação.
®   Sua pessoa. Ele é tanto homem quanto Deus, por isso pode mediar Deus e os homens.
®   Sua obra. “Ele se entregou a si mesmo como resgate por todos”. Paulo enfatiza tanto a encarnação quanto a crucificação. Jesus Cristo é aquele que nasceu para morrer por nós! Sua morte é um sacrifício (por todos) e é um pagamento (resgate). Um resgate era o preço pago para libertar escravos ou cativos. Éramos escravos do pecado e ele nos salvou (1.15).
O verso cinco nos apresenta as três grandes doutrinas da salvação: A encarnação, a expiação e a mediação única de Cristo.

4.     a proclamação da igreja tem de envolver todas as pessoas (2.6B,7).

a)    Esse testemunho deve ser prestado em tempos oportunos.
A expressão “tempo oportuno” é o nosso próprio tempo, ou melhor, o tempo em que vivemos.

b)    Paulo foi designado como pregador para esse fim.
Apóstolo, pregador e mestre”. Não temos mais apóstolos como os Doze, Paulo e Tiago. Os apóstolos modernos são auto-declarados e fundamentam sua autoridade em títulos recebidos por organizações eclesiásticas de nosso tempo. Paulo afirmava que sua autoridade não vinha de homem algum e nem por meio de homem algum, mas diretamente de Deus (Gl 1.1; 1 Co 9.1).
Todavia, pregadores e mestres que afirmem a verdade com convicção e sinceridade sempre foi a necessidade da igreja!
O evangelho deve ser pregado aos gentios, outra forma de dizer a todas as nações. Os gentios eram todos os povos não judaicos da terra, assim como os romanos classificavam como “bárbaros” todos os povos não romanos.

Aplicações:
1.     Cada igreja local tem uma missão para com todo o mundo.

2.     Por haver apenas um Deus e um mediador, nossas orações precisam incluir a proclamação do evangelho a todos os povos.

3.     Imitemos a Deus. Ele enviou o seu único Filho para a missão, e nós?


4.     Sem o culto a missão não tem objetivo. Sem a missão o culto fica vazio (sem adoradores).

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