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11 = Pretextos Para Não Orar (1ª parte)



Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia
Grupo de Estudo do Centro – Fev a Jun/2013
Liderança: Pr. Hélio O. Silva, Sem. Adair  Machado e Presb. Abimael A. Lima
11.  Pretextos para não orar  - Pg . 115 a 126 – 10/04/2013 - (Sem Adair) _____________________________________________________________________________________
  
Introdução:

Agora é o momento de fazer uma pausa para refletir sobre as desculpas que normalmente usamos na tentativa de justificar a nossa falta de oração, e o que as Escrituras afirmam acerca dessas desculpas.

1. Estou ocupado demais para orar

Vivemos numa época apressada. Estamos cheios de compromissos e precisamos realizar o máximo que pudermos, tanto no trabalho quanto nos divertimentos. Quando paramos de nos apressar naquelas atividades, quedamo-nos diante da televisão e absorvemos o que é oferecido. Raramente tiramos tempo para pensar, meditar, inquirir e analisar; raríssimo é o tempo destinado à oração. Infelizmente o exemplo vem de cima. Muitos dos líderes cristãos estão entre os piores transgressores ao negligenciarem o seu chamado para o ministério da Palavra e oração por estarem muito ocupados. Suas agendas estão sobrecarregadas.

Qual é a resposta de Deus? A história de Marta e Maria (Lc 10.38-42) certamente nos diz muita coisa da percepção de Jesus a respeito das nossas ocupações. Marta tinha absoluta certeza das suas escolhas que chegou a impacientar-se com o Mestre por causa de sua irmã a ponto de dizer-Lhe o que fazer. Jesus, no entanto, dá-lhe uma resposta que até hoje nos confunde: “Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa: Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada (Lc 10.41,42)”.
Outro lugar que a Bíblia trata da oração é encontrado em 1 Co 7.4,5, onde Paulo trata de casamento e relações sexuais. Paulo exorta aos casados a não se desviarem de suas obrigações de satisfazer as necessidades sexuais um do outro, exceto sob três condições: (1) deve haver mútuo consentimento; (2) o propósito deve ser para se devotarem à oração, e (3) a suspensão deve ser temporária, definida de comum acordo, depois do qual as obrigações maritais devem ser retomadas. Isto mostra claramente o valor que Paulo dava à oração. Se você tem tarefas demais, exclua alguma coisa e busque estar face a face com Deus em oração.

2. Sinto-me espiritualmente esgotada demais para orar

Alguns separam tempo para orar e chegada a hora de fazê-lo, sentimos-nos desanimados, ou muito incrédulos, ou vazios – muito esgotados – para orar. Deixamos de orar e esperamos até nos sentirmos mais animados para então fazê-lo. Centenas de coisas podem precipitar o nosso desânimo e sequidão espiritual. Dormindo pouco, acabamos por nos tornar mais pessimistas; o stress pode estar cobrando sua taxa emocional; uma crítica mordaz pode ter-nos ferido, etc.
Duas pressuposições: (1) A aceitação da minha abordagem a Deus em oração deve estar ligada ao modo como eu me sinto. Lembremo-nos que a base da aproximação de qualquer cristão ao Pai celestial é a suficiência da obra intercessora de Cristo a nosso favor. Desprezamos a obra de Cristo na cruz quando agimos como se a utilidade ou aceitação das nossas orações dependessem dos nossos sentimentos. É preciso ter em mente que a única razão para Deus nos aceite é a graça que ele nos deu mediante a pessoa do seu Filho. (2) minha obrigação de orar é diminuída quando não me sinto disposto a fazê-lo. Não se deve atribuir ao humor ou aos sentimentos o direito de determinar o que devo ou não fazer. Isto é terrivelmente egoísta e significa que eu sou meu próprio deus. Paulo nos adverte em Rm 12.12, dizendo: “regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes”.

Qual é a resposta de Deus? Jesus nos conta duas parábolas: A da viúva insistente com o juiz iníquo (Lc 18.1-8). A questão levantada por Jesus aqui, não é se Deus responde ou não nossas orações, mas, se temos ou não fé para perseverar. Cristo finaliza a parábola perguntando inquiridoramente: “Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra (18.8)”. A outra parábola é a do amigo importuno (Lc 11.5,6). Jesus extrai o princípio moral que queria ensinar: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á (11.9,10)”. A questão não é, mais uma vez, que Deus tenha de responder às orações. Em ambas as parábolas, há a suposição implícita de que Deus pode não responder imediatamente, que esperar faz parte de sua sabedoria, até mesmo resistir a nós, par que possamos exercitar nossa fé e procurá-lo com sinceridade.

3. Não sinto necessidade de orar.

Este é o mais enganoso dos pretextos que podemos evocar. O que acontece é o seguinte: apesar de abstratamente eu afirmar a importância da oração, trato-a como importante para a vida de outras pessoas que julgo fracas de espírito, que são mais necessitadas, menos competentes e menos produtivas. Ou, então, embora afirme a importância da oração na minha própria vida posso não sentir uma necessidade profunda de orar. Nestas condições damos início a uma rodada de falta de oração.

Qual é a resposta de Deus? Quando nos abrigamos sob as presunções acima deixamos de ouvir as Escrituras e Deus pode nos falar por meio da linguagem das tragédias. Deus deleita-se em manifestar-se ao contrito, humilde de coração e manso. Ao nos encontrar inchados a ponto de não necessitarmos dEle, sua bondade se manifesta ao baixar-nos a crista; deixar-nos na nossa exagerada autoestima seria um ato de julgamento.
A humildade nos é ensinada em diversas passagens das Escrituras, como relatado em Js 9 (o estratagema dos gibeonitas); derrotados pelo pecado de Acã, foram derrotados por Ai e ao se humilharem diante de Deus, voltaram e pelo poder e sabedoria de Deus, subjugaram-na (Js 7-8), entretanto, ao não tomarem o conselho de Deus foram engodados pelos gibeonitas que percebiam Israel como poder político crescente na região. Outro exemplo, Ezequias ao receber a notícia de que iria morrer, clamou a Deus por mais alguns anos de vida e Deus concedeu-lhe, entretanto, falhou fragorosamente num ponto: ao receber a embaixada babilônica, lisonjeado, mostrou-lhes seus tesouros, o que ensejou a decisão de Babilônia de saquear o reino, décadas mais tarde, conforme 2 Rs 20.1-19 e 2 Cr 32.31. Este é outro exemplo do que a autoconfiança pode nos levar a tropeçar.
Lembremos que não são os pecados grosseiros que nos impedem de orar. Caímos na maioria das vezes em pontos sutis. 

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