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O Mentiroso e A Mentirinha


Pastoral: 13/12/2012
Boletim da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO ano XXII, nº 51, 16/12/2012.

O Mentiroso e a Mentirinha.

No episódio de A Grande Família exibido no dia 15/11, Lineu (Marco Nanini) fica ansioso para comemorar o seu aniversário junto dos parentes e amigos. Mas a data só foi lembrada no dia seguinte e decidiu-se organizar uma festa para o patriarca. Na comemoração, todos os convidados inventam desculpas para fingir que se lembraram do aniversariante. A decepção pela enxurrada de mentiras descabidas o leva a fazer um pedido inusitado ao apagar as velinhas do bolo: deseja que todos falem a verdade e somente a verdade. A partir daí a trama segue construindo a ideia de que se todos falarem somente a verdade isso pode abalar amizades, casamentos e empregos (http://www.youtube.com/watch?v=SFC-rIUUjUY). Defende-se o conceito de que uma mentirinha aqui e ali não atrapalha a vida de ninguém e é até saudável.

É óbvio que o episódio foi inspirado no filme norte-americano “O Mentiroso” onde Jim Carrey é o protagonista das trapalhadas de um advogado mentiroso que sempre decepciona o seu filho. No dia de seu aniversário o menino Max pede que seu pai não minta por apenas um dia. Diferentemente da série brasileira, a personagem aprende a não mentir mais.

Essas duas produções cinematográficas espelham duas cosmovisões (como se vê o mundo) diferentes. Uma que ensina que não pode haver nenhum princípio que seja absoluto na condução de nossas vidas e outra que ensina que existem certos princípios que se quebrados nos causarão muitos problemas, como, por exemplo, dizer a verdade.

Na cosmovisão brasileira aprendemos a conviver com “mentirinhas inocentes”. Elas nos ajudam vender, comprar e conviver. Elas nos permitem não nos comprometermos diretamente com os outros. Essas “mentirinhas inocentes” se escondem em eufemismos, omissões e nas dissimulações que utilizamos em nossas relações interpessoais. No nosso país confundimos sinceridade com “petulância inconveniente” e a verdade é definida como “exagero hipócrita”. E dessa forma criamos uma casca ao redor de nós que não deixa sermos conhecidos verdadeiramente por quem somos, ou por quem deveríamos ser.

Entretanto, verdade é que são essas mesmas “mentirinhas inocentes” a causa de muitos problemas de relacionamento que destroem amizades, casamentos, empregos e igrejas. É fato que com o passar do tempo as “mentirinhas” se acumulam, aumentando de tamanho e gravidade. Somos atores o tempo todo; somos malabaristas de sentimentos, atitudes e ajeitadores de situações o tempo todo; só não somos os cidadãos, irmãos, pais e cônjuges que deveríamos ser o tempo todo!

O preceito bíblico é o prescrito por Paulo em Efésios 4.25,29: “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros... Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem”. Felizes são aqueles que ouvem a Palavra do Senhor e a praticam. Com amor, Pr. Hélio.         

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