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10 = 2 Pedro 1.19 - Profecia Cumprida - Luz na Escuridão



Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
10 = 2 Pedro 1.19 – Profecia Cumprida – A Luz Na Escuridão.                   (10/10/2012)
Grupo de Estudo do Centro – Fortalecendo a Fé dos Cristãos
Liderança: Pr. Hélio O. Silva e Sem. Rogério Bernardes.
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2 Pedro – Sermões Expositivos – D. Martin Lloyd-Jones,PES, p. 134-161.
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Introdução:
Nos capítulos 11 e 12 do livro de Lloyd-Jones (2 Pedro – Sermões Expositivos) ele trata do cumprimento das profecias do Antigo Testamento em Cristo e seu papel escatológico de iluminar o nosso caminho nesse mundo até à volta de Cristo. São mais duas razões para depositarmos nossa confiança na Palavra de Deus a fim de fortalecermos a nossa fé.
A base de sustentação de nossa fé é: 
(1) O testemunho apostólico; 
(2) A revelação e inspiração das escrituras; 
(3) O Cumprimento das Profecias bíblicas. Por causa disso devemos atentar ao ensino bíblico como uma luz que brilha na escuridão nos guiando até o dia amanhecer, ou seja, até Cristo voltar.

I.         O cumprimento das profecias confirma e consubstancia a revelação e o testemunho apostólico.

1)      Cristo e sua vinda são o cumprimento da profecia do Antigo Testamento.
Contemplar o cumprimento das profecias bíblicas e meditar nesse fato é maravilhoso, porque muitos crentes do Antigo Testamento só puderam vislumbrar a promessa, mas não o seu cumprimento como podemos fazê-lo hoje (Hb 11.13). Pedro enfatiza o fato de que a vinda de Cristo e tudo o que ele fez e disse é cumprimento de profecias bíblicas bem antigas. A fé cristã é fortalecida na veracidade do cumprimento das promessas bíblicas, dentre as quais o Natal de nosso salvador é a maior.

a)      O Antigo Testamento só pode ser entendido em Jesus Cristo.
O Antigo Testamento  é um livro de promessas, de sombras; de tipos. Por isso a forma certa de interpretá-lo é observar como tudo isso se cumpre em Cristo. Tudo ali é passageiro e aponta para frente em expectativa, buscando e esperando cumprimentos prometidos. O Novo Testamento afirma que em Cristo o amém, o cumprimento a todas as promessas se realiza (2 Co 1.20).
A razão disso é que Cristo é o centro das escrituras. O Antigo Testamento olha para frente, para a vinda de Cristo. O Novo Testamento olha para trás, para o Cristo que já veio, e que voltará. Portanto, Cristo é o foco da história da humanidade, desde a criação até o fim dos tempos.

b)      A mensagem do Natal é de cumprimento de profecias em Cristo.
Observando a natureza detalhada do cumprimento das profecias conclui-se que os escritores bíblicos as relataram inspirados pó Deus. Nenhuma profecia bíblica surgiu da imaginação criativa dos homens, mas da revelação divina. Os detalhes expressos nas profecias bíblicas são de grande valor:
®    O Messias viria da tribo de Judá, da família de Davi e nasceria em Belém.
®    O Messias viria quando o cetro se apartasse da tribo de Judá, ou seja, sob tempo de dominação estrangeira sobre a nação judaica.
®    As 70 semanas de Daniel 9 apontam claramente para a época do nascimento do Messias na disposição dos reinos subseqüentes ao da Babilônia.
®    O Messias nasceria de uma virgem (Is 7.14).
®    O Messias nasceria em Belém (Mq 5.2).
®    Cristo citou a profecia de Isaías 61.1-3 como sendo cumprida nele naquele dia! (Lc 4.18).
®    As obras e os milagres do Messias estavam previstos no Antigo Testamento (Is 35).
®    Os sofrimentos do Messias foram declarados em Isaías 53 e no Salmo 22.
®    A entrada em Jerusalém montado em jumentinho foi profetizada em Zacarias 9.9. O valor de 30 moedas como preço de sua venda estava profetizado em Zacarias 11.12,13.
®    O envio do Espírito Santo foi profetizado por Jeremias, Ezequiel e Joel.
O argumento de Pedro é que a primeira vinda de Cristo em tudo o que disse e fez tornou mais segura, pois a cumpriu e a consubstanciou.

2)      A natureza gloriosa desse cumprimento: Deus provou a veracidade de suas promessas.
Na vida de Cristo, Deus cumpriu a sua palavra provando a veracidade das escrituras. Tudo o que prometeu está sendo cumprido fielmente. Logo, Pedro afirma a grande imutabilidade do conselho de Deus quanto ao fato de que a sua Palavra é fixa, absoluta e eterna. Deus cumpriu o juramento que fizera no passado para que pudéssemos ser consolados e fortalecidos em nossa fé.
Deus cumpriu todas as promessas a respeito do homem e sua salvação. A Bíblia em sua inteireza é a história do homem e sua relação com Deus, é a história de sua salvação. Ela relata e atesta que Deus criou o homem perfeito, mas que este caiu no pecado e sua comunhão com Deus foi rompida. Imediatamente após a queda, Deus prometeu-lhe a redenção através da semente da mulher. Cristo é a semente da mulher que veio para esmagar a cabeça da serpente.
Cristo veio também para ser o profeta prometido por Moisés em Deuteronômio 18.15-18 e citado por Pedro em Atos 3.22,23. Cristo é o profeta semelhante a Moisés e ainda assim maior que ele, pois veio para efetuar uma libertação maior que a que Moisés realizou com o Êxodo, ele veio libertar o seu povo da escravidão do pecado. Ele veio para oferecer a si mesmo como oferta pelos nossos pecados (Gl 1.4; Ef 5.2; Hb 10.10,14). Pelo eu sangue fomos perdoados e por ele fomos introduzidos na Nova Aliança. Dessa forma Cristo nos deu vida, pois a Lei de Deus em nossos corações e nos outorgou o Espírito Santo.

3)      A salvação está somente em Cristo.
O nome de Cristo é o único pelo qual somos salvos (1 Tm 2.5). Sua primeira vinda é prova da veracidade das promessas divinas, sendo também uma garantia de que tudo o mais que foi prometido igualmente será cumprido.
Isso tudo é fonte de consolo e fortalecimento espiritual para nós.

II. a revelação bíblica é como uma luz que guia na escuridão.

1)      Duas considerações preliminares.
a)      O realismo da Bíblia.
A Bíblia não hesita em expor os fatos da vida. Ela não pinta a vida como um mar de rosas, pelo contrário, expõe seu lado sombrio e tenebroso de forma contundente e clara.
A Bíblia diz a verdade sobre nós. Não esconde nossas rugas e defeitos. Ela expõe as fraquezas e pecados de seus grandes heróis; não procura apresentar-nos um retrato da vida que nos agrade, mas é fiel na demonstração do caráter pecaminosos da natureza humana.

b)      A profundidade do conceito bíblico da vida.
A Bíblia sempre trata a vida abaixo da superfície; nunca se deixa iludir pelas aparências. Por outro lado, o homem sempre é enganado pela aparência. No início do século XX as pessoas eram muito otimistas com o desenvolvimento da humanidade e criticavam a Bíblia como pessimista e ultrapassada. Duas Guerras mundiais nos mostraram que o pessimismo bíblico frente à natureza humana sempre foi verdadeiro.
A tendência da secularidade é avaliar tudo de forma superficial, proclamando um otimismo ingênuo e completamente iludido. Deus, por outro lado conhece o coração do homem e o revelou na Bíblia. O coração do homem é enganoso e desesperadamente corrupto (Jr 17.9), sua cegueira é espantosa!

2)      Porque devemos confiar nas escrituras para nos guiar?
A “palavra da profecia” que é uma luz na escuridão se refere à totalidade das escrituras do Antigo e novo Testamento. Estar atento a elas significa prestar diligente, calorosa e confiante atenção aos seus ensinos. As razões porque devemos dar atenção às escrituras é por que: 
(1) Sua origem é divina; 
(2) Em muitos aspectos e promessas já foi cumprida; 
(3) Ela é como uma luz que ilumina na escuridão. Ela é a única luz que temos neste mundo para nos guiar.

Qual, então é o ensino de Pedro?
a)      O Mundo é um lugar sombrio e tenebroso.
A expressão “lugar tenebroso” exprime o sentido de algo sombrio, repulsivo e sujo. O mundo caído no pecado não é um lugar agradável, mas é como uma caverna escura, fétida, um lugar de perdição. Por mais deprimente que isso nos pareça, é a definição bíblica do mundo que caminha sem Deus. O fato é que toda tentativa de diminuir a realidade do pecado do mundo não é cristianismo. Nossa compreensão do que é o mundo caído no pecado é fundamental para sabermos como nos relacionamos com ele e com Deus enquanto vivemos nele.
O mundo é um lugar cheio de infelicidade, ilegalidade e de uma moralidade decadente. O divórcio, os vícios, o aumento de uso de bebidas e das drogas são testemunhos evidentes da moralidade decadente do mundo. Somente aqueles que aceitam o diagnóstico bíblico a respeito do mundo é que aceitarão o remédio de Deus para o homem. O mundo corre atrás de prazeres temporários, vivendo em frivolidade e leviandade. Por todos os lados crescem as sombras, a sujidade e a escuridão!

b)      Não se pode obter luz alguma em parte alguma, a não ser na Bíblia.
Fora do evangelho de Cristo não há luz. Os críticos nunca gostaram e jamais gostarão da pregação do pecado e da chamada ao arrependimento do evangelho. Dois tipos de pessoas são totalmente perigosas no nosso tempo: O que nega a doutrina do pecado e o que se iludiu na crença de que os melhoramentos sociais e resoluções políticas poderiam salvar o homem. Os que propagam essas idéias serão muito responsabilizados por Deus por estes ensinos antibíblicos.
Os filósofos modernos não podem explicar a presente situação, pois foram educados na visão ingênua e enganosa de que o homem tem capacidade inerente de salvar-se e de salvar o mundo. Suas duas ferramentas: O processo evolutivo e educação (conhecimento) espelham a decadência crescente da humanidade. A modernidade nunca foi sinal de melhoria da vida, pelo contrário, sempre trouxe consigo o acirramento da pecaminosidade humana. Lidar de forma clara com a natureza humana sempre foi a grande fraqueza da filosofia.

c)      A única esperança do mundo está nos atos de Deus com relação ao mundo.
A esperança do mundo está na consumação do eterno plano redentor divino. Deus iniciou seu plano redentor e vem promovendo a sua execução no decorrer da história. Começou com a criação, a promessa do redentor a Eva; o chamado de Abraão, o êxodo, os juízes e os reis; passou pelos profetas indo até a encarnação de Cristo e a revelação do Novo Testamento.
Os crentes do passado não podiam entender os tempos, seus inimigos os derrotavam, tudo parecia dar errado, mas Deus sempre lhes deu o raio de luz das escrituras até a vinda do Messias, que Paulo chamou de “a plenitude dos tempos” (Gl 4.4). O Novo Testamento testemunhou que apesar do Filho de Deus ter vindo ao mundo, este o rejeitou. Isso não invalidou o plano divino, pois ele continua a executá-lo chamando pessoas para fora do mundo, desarraiga-os desse mundo perverso (Gl 1.4). A Bíblia afirma categoricamente que esse processo de Deus chamar pessoas para fora do mundo (salvando-os) deve continuar até quando Cristo, o Messias prometido voltar a esse mundo, quando o pecado e o mal serão removidos.

Conclusão:
Nossa resposta final é a seguinte:
(1)   O cumprimento a promessa quanto à vinda de Cristo é uma garantia do cumprimento do restante das promessas de Deus.
Isso é fonte de consolo e fortalecimento da fé para todas as circunstâncias de nossas vidas. Quando adoecemos, estamos desolados, para viúvas e órfãos; para os que passam por águas profundas ou angústia. Todas as condições adversas imagináveis que possamos atravessar são cobertas por promessas divinas que nos consolam e fortalecem.

(2)   Ou cremos na luz do evangelho ou permaneceremos perdidos na escuridão do mundo.
A revelação bíblica é a luz que Deus nos deu para nos guiar na escuridão. Ela nos diz que Deus interfere nas atividades e na vida desse mundo, que tão certo como Deus enviou seu Filho como servo da primeira vez, o enviará novamente como o rei poderoso que julga todas as coisas e cumpre todas as suas promessas e juízos. Ele virá como o Rei vencedor para ajuntar os seus. Essa é a nossa luz, que define se somos cristãos ou não.

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