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06 = 2 Pedro 1.12-15 - Coisas Que Jamais Devemos Esquecer




Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO

06 = 2 Pedro 1.12-15 – Coisas Que Jamais Devemos Esquecer.                              (12/09/2012)
Grupo de Estudo do Centro – Fortalecendo a Fé dos Cristãos
Liderança: Pr. Hélio O. Silva e Sem. Rogério Bernardes.
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2 Pedro – Sermões Expositivos – D. Martin Lloyd-Jones,PES, p. 74-85.
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Introdução:
A principal tese de Pedro nessa epístola é que os cristãos estavam em angústia e desânimo porque tendiam a esquecer as coisas nas quais tinham crido à época de sua conversão a Cristo. Relembrá-las e firmarem-se nelas era fundamental para o fortalecimento de sua fé. Pedro stabelece 4 princípios gerais que jamais devemos esquecer na caminhada cristã:

I.         Uma das principais características da experiência humana é a tendência de esquecer .

a)      Esquecemos pessoas.
Prometemos não esquecer amigos que partiram com a morte, todavia, acabam sendo esquecidos depois de um tempo. Tentamos consolar os enlutados com a famosa frase: “o tempo cura tudo”, mas isso é muitas vezes apenas outro modo de esquecer.

b)      Esquecemos grandes e exaltados eventos.
Datas importantes na vida da igreja e datas importantes na nossa caminhada de fé são facilmente e freqüentemente esquecidas.

c)      Esquecemos votos e compromissos.
Como resultado de experiências com Deus fazemos votos e compromissos e depois os abandonamos. Dizemos que mudaremos nosso comportamento desse dia em diante e logo nos esquecemos disso. Pena! O grande idealismo que houve após a I Guerra Mundial, duas décadas depois já estava esquecido com o início da II Guerra.

A razão de tudo isso é o fato e a presença do pecado em nossa experiência cristã. Empre tendemos a esquecer exatamente o que deveríamos lembrar e achamos impossível esquecer o que gostaríamos muito de esquecer! Gostaríamos de esquecer atos grosseiros, motivos indignos, coisas ditas no calor do momento, coisas ruins que fizemos e que fizeram conosco, entretanto esses mesmos nos perseguem. Tudo isso indica a presença e a manifestação do pecado em nossa experiência cotidiana. O pecado se coloca entre nós e tudo o que é melhor a fim de nos esquecermos do que é bom e importante para nos digladiarmos com o que é ruim e corruptível e nossa natureza.

II.      há uma diferênça entre ter ciência de algo e realmente viver por isso (v.12).
Pedro afirma que seu esforço seria de trazer à lembrança aquilo que mesmo sendo conhecido precisava ser constantemente relembrado (v.12). Ele nos alerta para o perigo constante de acharmos que porque sabemos uma coisa, ela está em nossa memória e já faz parte de nossa vida. Mas pode não ser assim na prática. É como o estudante que lê algo, sabe que leu, mas não consegue explicar para o professor o conteúdo lido de forma coerente e clara. Ele sabe, mas não domina o conteúdo e por isso se sai mal nos testes de aprovação.

Da mesma forma, homens e mulheres de nosso tempo sabem que certos princípios governam a vida, mas não são cuidadosos em guardá-los na memória a fim de que dirijam a sua conduta diária. O pecado nos persuade de que, uma vez que conhecemos certos padrões morais, está tudo bem; o conhecimento vale pela prática. Todavia há toda a diferença do mundo entre saber o que é bom e praticá-lo (Tg 4.17).


III.   a memória é algo que precisa ser despertado e estimulado (v.13).
O que Pedro insiste em dizer é que certos princípios precisam estar presentes e ativos em nossas mentes. Psicólogos modernos costumam dizer que devemos evocar lembranças e depois e viver por elas. Não é esse o conceito cristão de lembrar, para nós lembrar é rememorar, fazer com que os princípios que governam os eventos nos governem também. Rememorar não é viver do passado, mas manter os princípios que foram verdadeiros no passado, também verdadeiros no presente.

A disciplina da vida cristã nos ensina que jamais deve passar um dia em que não nos lembremos de certas coisas. Não basta dizer que temos Cristo como nosso Salvador, ele tem que ser o nosso salvador todos os dias. Esse é o valor da leitura diária da Bíblia, da oração e da meditação. Não passaremos de neófitos (novatos na fé) se não descobrirmos que temos contra nós um sistema mal lutando contra nosso progresso na fé. A vivacidade desses princípios determina a vivacidade de nossa fé.

IV.   a principal tarefa da igreja quanto à vida crista é perseverar em lembrar-nos de certas verdades fundamentais e eternas (v.15).
Fica claro que a principal tarefa da igreja não a busca e a apresentação do novo para a sociedade, mas salgar a terra com as verdades fundamentais e eternas do evangelho. O mundo contemporâneo vive de idéias e ideais vagos que não se sustentam. A igreja tem por obrigação repetir o que é fundamental e central na vida da humanidade; a igreja deve lembrar ao mundo a verdade de Deus que se vê em Cristo Jesus. O interesse do mundo se move para as coisas gerais tais como a política, economia e a vida social deleitando-se naquilo que é imediato e passageiro. A igreja, por outro lado deve enfatizar as verdades eternas e que devem ocupar o centro de nossas vidas tais como:

1.        A vida propriamente dita
      A vida é revestida de grandeza e glória por Deus. O mundo tem um conceito baixo da vida. Novos tipos de cinismo e desesperança surgem a cada geração. Seu conceito do homem é aviltado e degradante, vendo-o apenas como uma manifestação biológica, materialista e sem objetivo. A Bíblia, entretanto, afirma que a vida é algo grandioso, importante e estupendo (Sl 139), pois o homem é criação especial de Deus, estampando em si mesmo a imagem do Deus glorioso. As religiões pagãs estão cheias de pessimismo e desespero, mas o evangelho cristão lembra-nos a verdadeira dignidade do homem.

2.        A natureza da vida. 
     Pedro afirma que estamos no mundo, mas não pertencemos ao mundo, somos peregrinos no mundo. Essa vida como a conhecemos tem natureza transitória. Nós “tabernaculamos” (armamos nossa tenda [Jo 1.13,14]) por aqui, mas este mundo não é o nosso lugar permanente de habitação. O materialismo nos faz crer que a vida aqui é a única vida que conheceremos e que por isso devemos viver uma existência puramente sensorial e imediatista, mas Pedro insiste que na, a vida é uma peregrinação e nós somos viajantes nela por um tempo apenas, depois partiremos para o lugar definitivo. A Bíblia nos lembra que vamos indo a um grande destino, a presença de Deus!

3.        O propósito geral da vida
      Se o conceito da vida é uma peregrinação, então o seu propósito fica claro, o homem deve glorificar a Deus na sua caminhada. Deus criou o homem para que a sua glória fosse manifestada através de sua existência. Logo, tudo o que fazemos nesse mundo e nessa vida é de grande importância; cada ato conta; cada momento é significativo e alguns são decisivos, pois deveremos prestar contas de nossa vida ao criador de tudo!

4.        A presença, o perigo e a ação do pecado
     O evangelho nunca deixa de nos lembrar que todos os problemas, tribulações e tragédias podem ser explicados pela presença e ação do pecado na experiência humana geral. O mundo odeia muito ser lembrado do pecado; porqe gosta de pensar em si mesmo de forma otimista, diminuindo a avaliação de sua realidade corrompida e corruptível. A causa de tudo é a má relação existente entre Deus e o homem em função do pecado na vida deste último. Não haverá esperança enquanto o mundo não reconhecer a Deus como o Senhor de tudo.

5.        A realidade da salvação e vida eterna em Cristo
    Todavia a palavra final não é essa; Pedro nos lembra que a nossa partida (morte) é um êxodo, a passagem da escravidão e do cativeiro do Egito para a nova terra, Canaã. Para o cristão o fim da vida não é um terror, mas o simples desmontar da tenda para voltar pra casa. Todavia não há nenhum otimismo superficial e leviano na Bíblia. Enquanto permanecer o pecado, haverá dificuldade. Há um dia gloriosos chegando no porvir, dia de consumação, de êxodo, de redenção final e defenitiva. Da mesma forma que a Bíblia aponta para o passado indicando a cruz como o instrumento único e cabal de nossa redenção, ela também aponta para o futuro como a consumação da promessa redentiva de Deus por meio de Cristo.

Conclusão:
O que jamais devemos esquecer é o sacrifício de Cristo e de sua ressurreição. Em Cristo, e somente em Cristo, temos uma verdadeira concepção sobre a vida. Nele nós triunfamos sobre a morte e o túmulo, e temos a vida eterna e sempiterna!

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