Primeira Igreja Presbiteriana de
Goiânia-GO
05 = 2 Pedro 1.8,9,11 –
Vida e Morte. (05/09/2012)
Grupo de Estudo do Centro – Fortalecendo
a Fé dos Cristãos
Liderança:
Pr. Hélio O. Silva e Sem. Rogério Bernardes.
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2 Pedro – Sermões Expositivos – D. Martin
Lloyd-Jones,PES, p. 60-73.
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Introdução:
O que Pedro faz aqui é fornecer razões e motivos para
ajudar os cristãos a porem em prática a sua exortação feita nos versos 5-7.
Esses motivos são típicos do Novo Testamento quanto à santificação. Dois
comentários podem ser feitos:
1. O apelo do
Novo Testamento para a santidade nunca é feito em termos da lei.
O
Novo Testamento não nos trata como crianças oferecendo regras mecânicas que
santificam. Quem tem uma visão legalista do Novo Testamento está longe do
ensino bíblico sobre a santidade. Ele faz um apelo à nossa razão e entendimento
de forma racional e razoável para que vivamos o que já nos tornamos em Cristo.
2. Não há nada
que seja tão totalmente ilógico e irracional como o cristão professo que faz
objeção ao chamado do Novo Testamento para a santidade.
Não
há surpresa em quem não crê no evangelho fazer-lhe objeção, mas quem crê
proceder assim é uma incoerência descabida! A pregação do evangelho é loucura
para os que se perdem, mas é o poder de Deus para os que por meio dele foram
salvos (I Co 1.18-25). Matinho Lutero aconselhou Filipe Melanchton certa vez:
“Pregue sempre de tal modo que, se os seus ouvintes não odiarem os pecados
deles, odeiem você” (p.62).
A seguir, Pedro nos oferece três
razões principais para acatarmos à exortação de sermos diligentes na prática
das virtudes cristãs enunciadas anteriormente a fim de confirmarmos nossa
eleição e vocação. Duas são positivas e uma é negativa. Lloyd-Jones trata da
negativa primeiro:
I.
Não Associar essas virtudes à
nossa diligência é demonstrar ignorância do propósito fundamental da vida
cristã.
Pedro chama de cego (míope, tem vista curta) quem não se consagra e se santifica a fim de confirmar sua eleição e vocação equipando sua fé para a maturidade. Este ignora o propósito fundamental da vida cristã, mas vive no imediatismo que o secularismo nos impõe, oferecendo o gozo da vida no aqui e agora sem se importar com a vida que está por vir. Está tão fascinado pela vida presente e suas possibilidades que se esqueceu do fim supremo da vida e de para onde vai.
O objetivo da vida, segundo o Novo Testamento é que vejamos Deus e nos alegremos nele para sempre (Mt 5.8; Hb 12.14; 1 Jo 3.2,3). O propósito da encarnação foi livrar-nos dos nossos pecados (Mt 1.21; Tt 2.14), por isso, se alguém quiser ver a Deus deverá purificar seu coração no sangue de Cristo e ficar tão longe do pecado quanto puder e odiá-lo como Deus o odeia! É exatamente isso que Pedro quer dizer com a expressão “aplicar toda a diligência em”.
II.
fazer essas coisas produz uma
vida cristãativa e frutífera.
Pedro coloca essa verdade de forma negativa: “para que não sejais nem ociosos nem infrutíferos”. O grande problema da igreja contemporânea é que ela se tornou muito ociosa para com aquilo que é mais importante e totalmente ativista para o que não produz crescimento espiritual algum.
Ser um cristão verdadeiro é mais que apenas fazer subscrição a certas idéias e freqüentar ocasionalmente a casa de Deus a fim de participar dos meios de graça (pregação, sacramentos, orações...). Nossa atividade cristã deve ser sempre resultado do caráter, porque faz parte da natureza da santidade uma atividade que se envolve com o cuidado do próximo, a honra do nome de Deus e a piedade. O Novo Testamento condena o ativismo como forma de auto-realização, mas estimula uma atividade enraizada na gratidão a Deus e o amor ao próximo.
A atividade agitada é infrutífera, mas o cristianismo consagrado é frutífero e atrativo quando desenvolve o caráter cristão. Uma pessoa ativamente carnal jamais poderá oferecer uma boa razão para a sua atividade, mas o cristão mostrará seu caráter transformado como resultado da atividade divina em sua vida que o leva a servir. Lloyd-Jones enfatiza que esse ponto é exatamente o que torna o evangelho e nós mesmos atrativos: A transformação do nosso caráter, a santificação de nossas vidas pelo evangelho de Cristo.
III.
isso leva a um feliz e
glorioso fim para a vida.
Quem começa do jeito certo, continua do jeito certo, certamente terminará do jeito certo. Quem não é diligente é míope e, por isso, só enxerga perto, não consegue ver o fim. A maneira como encaramos o fim determina o estágio de nosso crescimento e firmeza na fé.
A forma como encaramos a velhice e a morte é o que dá o valor correto da fé que vivemos. A velhice denuncia de forma cabal em que confiamos a nossa vida e atividades. Muitos morrem logo após a aposentadoria porque suas vidas perderam o propósito. O cristianismo não está imune a essa visão míope da vida porque é possível que vivamos também somente de nossa pregação em vez de vivermos de Cristo, ou seja, confiamos o sucesso do cristianismo em nosso ativismo, mas não na obra redentora de Cristo e nos esquecemos que a própria vida cristã nos foi concedida (1.1) por Deus e não galgada por nós mesmos. Na vida cristã, tudo é graça e pela graça do começo ao fim.
A morte para nós não é como lançar um navio no mar escuro sem a certeza de onde chegar; antes é ser levados a salvo e com segurança ao porto. O cristão não se sente solitário à porta da morte, porque Cristo está com ele. O cristão não faz objeção à morte e nem teme partir porque sabe exatamente para onde vai, e para Quem ele vai. Morrer para o cristianismo nada mais é que ir para casa! Voltar ao lar e viver com o Pai. Quando o cristã está entrando no porto, ouve a voz de Cristo a chamar: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo – entrai no gozo do teu Senhor”.
Conclusão:
Há somente um caminho que garante a abundante entrada
no Reino eterno: Cumprir os mandamentos e Deus. Por isso, quem quiser
experimentar essa abundante entrada no reino, precisa ser diligente em associar
as virtudes cristãs recomendadas por Pedro a fim e confirmar sua eleição e
vocação, vivendo em santidade e em santificação para Deus.