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02 = 2 Pedro 1.3,4 - Grandíssimas e Preciosas Promessas (Lloyd-Jones)



Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Fortalecendo a Fé dos Cristãos
Liderança: Pr. Hélio O. Silva e Sem. Rogério Bernardes.
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02 = 2 Pedro 1.3,4 – Grandíssimas e Preciosas Promessas.                                 08/08/2012
2 Pedro – Sermões Expositivos – D.Martin Lloyd-Jones,PES, p. 23-34.
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Introdução:

Assim como o fundamento é determinante numa construção e a fonte na qualidade da água de um rio, assim também graça e paz, que estão no fundamento da fé, precisam ser multiplicadas na vida dos cristãos para que ela seja frutífera.

Como isso é possível? É o tema dos versos 3 e 4, que descrevem o que Deus fez por nós. Os v. 5 e 6 tratam do que devemos fazem em conseqüência disso (“acrescentai à vossa fé” = ARA: “associai”).

I.         A Natureza e o caráter da vida cristã é conhecer a Deus e tornar-se semelhante a ele.

Os versos 3 e 4 declaram a natureza e o caráter da vida cristã, que resulta dos atos de crer e aceitar a fé descrita como preciosa nos versos 1 e 2.
O estado em que se encontra a igreja deve nos preocupar mais do que o estado em que se encontra o mundo. O mundo está em confusão, miséria e infelicidade exatamente por não dar ouvidos à mensagem cristã.

O objetivo da vida cristã é duplo:
a)      Conhecer a Deus.
O que devemos desejar acima de tudo na vida cristã não é ter certas experiências espirituais, tornarmo-nos homens e mulheres melhores ou sustentar um conjunto de doutrinas contra outros, mas é conhecer a Deus! (Jo 17.3). Os limpos de coração é que verão a Deus (Mt 5). Vida e piedade só são possíveis “pelo conhecimento de Deus”. Esse conhecimento relacional de Deus é fundamental em toda a vida cristã, pois sustenta a vida, as orações, a comunhão cristã e tudo mais. Orar é mais que proferir palavras positivas e de esperança; é conversar com Deus realmente.

b)     Tornar-se semelhante a Deus.
Participantes da natureza divina”. Esta é uma das declarações mais ousadas nas escrituras quanto à nossa relação com Deus. Isso não quer dizer que o homem seja divinizado no processo de santificação, mas que ele se torna semelhante a Deus, isto é, seu caráter e natureza ficam marcados pelo caráter divino. Logo, ser cristão não é apenas ter nascido num lar cristão e ter recebido o sacramento do batismo e feito a pública profissão de fé. Ser cristão não é apenas tentar viver de forma piedosa e engajada na sociedade envolvendo-se com atividades filantrópicas e de beneficência. Tudo isso é bom e é próprio de um cristão verdadeiro, mas não o define. Cristão é aquele que participa da natureza divina, em quem estão presentes as características da vida divina. Ele é semelhante a Cristo (p.26,27). O cristão é aquele que foi perdoado por Deus para viver de acordo com o seu caráter santo, revelando e manifestando as suas virtudes características.

II.      Todas as coisas que pertencem à vida e à piedade já nos foram dadas.

Como Deus fez isso? Através de seu poder divino e do conhecimento de Jesus Cristo e de seu evangelho. Que conhecimento é esse?
  1. O evangelho me dá conhecimento com respeito ao meu estado e à minha condição por natureza.
Embora Pedro coloque esse fato em último lugar na passagem, na experiência é o que vem primeiro. O evangelho nos livra da corrupção das paixões que há no mundo. Nós éramos escravos delas e de satanás (Ef 2.1-3). O mundo é caído no pecado e presentemente está afastado de Deus, por isso está corrompido e existe em corrupção. Deus criou o homem perfeito, à sua imagem, mas a entrada do pecado no mundo o corrompeu integralmente. Hoje o estado de vida do homem em relação a Deus é de alienação. Alienação do próprio Deus e de seu modo de vida. Por isso o mundo é antagônico a Deus e inimigo dele. O modo de vida do mundo nos leva cada vez mais a pensar menos em Deus e a crer que ele seja de fato nosso inimigo. Amar ao mundo cria em nós inimizade contra Deus ao ponto de o odiarmos.

O mundo nos leva a apreciarmos aquilo que na verdade nos prejudica, faz mal, rebaixa e humilha. Esse é o tipo de corrupção da qual Pedro fala que o conhecimento de Cristo nos livra. O homem natural (sem Cristo) vive de acordo com o seu desejo, vendo a si mesmo como o referencial de todas as coisas e para todas as coisas. Ele nunca pergunta se algo agrada a Deus, mas pergunta se algo o agrada. Longe de Deus o homem se agrada com aquilo que o degrada; o mal alheio, a luxúria, a curiosidade mórbida pelo imundo e pelo criminoso!

O evangelho nos desperta para o fato de que vivemos debaixo da força dessa corrupção, não desejando conhecer a Deus como deveríamos e de que ser semelhante a ele não é o principal objetivo de nossas vidas. O evangelho nos fez ver que estamos numa condição perigosa, que somos corruptos por dentro e há muita corrupção por fora, e que precisamos fugir disso tudo para conhecer a Deus e ser semelhante a ele (2 Timóteo 2.22)!

Enquanto não nos dermos conta de quem somos sem Deus e de que o mundo tira proveito disso nos arrastando para mais longe dele ainda, jamais conheceremos a Deus. Todavia, esse conhecimento só é possível pela ação do evangelho nos nossos corações, fazendo-nos nascer de novo para Deus.

  1. Quais são as grandes e preciosas promessas desse evangelho?
a)      O perdão dos pecados: 1 João5.12; João 3.16; Romanos 5.1; 8.1.
b)      A regeneração pelo novo nascimento: João 1.12; 1 Pedro 1.23; 2 Co 5.17. Em Cristo recebemos uma nova natureza que rejeita a vida pecaminosa e luta contra ela.
c)      A unção do Espírito Santo: 1 João 2.20,27. Ele nos capacita a ver, assimilar e compreender essas promessas. Ele nos orienta como agir e tomar decisões (Gl 5.18).
d)     A habitação do Espírito Santo, que nos capacita com poder para defrontar o mundo espiritual decaído, governando por satanás.
e)      A bendita esperança de que quando partirmos desse mundo “o que é corruptível se revestirá de incorruptibilidade” (1 Co 15.53,54); então seremos perfeitos na presença de Deus para toda eternidade.

Conclusão:
Deus nos chamou para uma vida sobrenatural, pois o seu poder está agindo em nós a fim de o conhecermos e prosseguirmos crescendo nesse conhecimento. Ninguém se faz cristão por decidir fazê-lo, é ação sobrenatural de Deus pelo poder do Espírito Santo!

O poder de Deus dá a partida da vida cristã e nos acompanha durante ela toda, agindo graciosamente em nós, modelando-nos de conformidade com o seu caráter santo e justo até sermos glorificados em Cristo.

Paulo orou pelos efésios a fim de que conhecessem esse poder em suas vidas (Ef 1.18-20). Deus não nos entrega a nós mesmos, mas habitando em nós molda nossa vida e nosso caráter. Essa é a grande necessidade de nosso tempo, vidas transformadas e moldadas pelo caráter de Cristo cujo testemunho fala por si só.

Aplicações:
  1. A necessidade de ler a Bíblia com mais interesse a fim de fortalecer-se espiritualmente.
  2. Ter consciência, confiar e exercitar-se nos promessas e no poder divino submetendo-se ao Espírito Santo.

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