Primeira Igreja Presbiteriana de
Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – 2 Pedro: Fortalecendo a Fé dos Cristãos
Liderança:
Pr. Hélio O. Silva e Sem. Rogério Bernardes.
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01 = 2 Pedro 1.1,2 – Fé
Preciosa. 1º/08/2012
2 Pedro – Sermões Expositivos – D.Martin
Lloyd-Jones,PES, p. 9-22.
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Introdução:
O mundo acabava de emergir da 2ª Guerra Mundial e o
Dr. Lloyd-Jones expõe essa epístola buscando consolar e exortar a igreja a
firmar-se na verdade para vencer as dificuldades e lutas que os cristãos deveriam
enfrentar na reconstrução do mundo.
O propósito dessa exposição de 2 Pedro é mostrar a
importância e a praticidade de três componentes que fortalecem a nossa fé:
(1)
O combate aos falsos mestres;
(2) a firme crença na inspiração e autoridade das
escrituras;
(3) a esperança confiante em meio às tribulações nas promessas de Deus.
O tema dessa carta é: Fortalecendo a Fé
dos Cristãos.
(Contexto) O cenário da epístola: A carta foi escrita para um
grupo de cristãos asiáticos confrontados por dificuldades e problemas externos
(oposição à fé; perseguições; tribulações, dificuldades sociais) e internos
(falsos mestres e suas heresias; a incredulidade na promessa da 2ª vinda). O
propósito das duas cartas é triplo: Confortar, encorajar e fortalecer essas
pessoas.
O mundo é um lugar marcado por dificuldades. Olhando a
história do ponto de vista espiritual, o mundo não mudou nada em sua essência. Por
exemplo: O modo de fazer guerras mudou, mas as guerras continuam acontecendo do
pelos mesmos motivos. O divórcio continua pressionando as famílias, a cobiça
pelo dinheiro e conforto continua endividando as famílias e as nações. As
crises e escândalos políticos continuam expondo a vaidade e cobiça humanas por
poder. A incredulidade se aproveita das diversas adversidades por que passamos
de forma insidiosa e insinuante (cansaço e doença; privações e tristeza; instabilidades
sociais e políticas).
Tudo isso leva a desânimo. Por isso os cristãos
precisam se certificar de sua posição em Cristo ara não sucumbir diante dos obstáculos
em si e daqueles que fomentam essas coisas só para nos ver naufragar. Uma das
palavras chaves dessa epístola para o fortalecimento desse fundamento é a “lembrança
e recordar” (1.12,13,15; 3.1,2). Por mais maduros que sejamos na fé, sempre há
necessidade de recordar o que já foi aprendido. “A igreja é a portadora da
mensagem de salvação; e se a própria igreja estiver sem vida, insegura ou
infeliz, como poderá realizar o seu trabalho?” (p.12).
Nada devemos esperar do mundo a não ser pecado, porque
jaz no maligno (I Jo 5.19), mas, se a igreja fraqueja na incerteza como poderá
confrontar o mundo? Uma igreja viva tem um impacto poderoso e extraordinário
sobre o mundo! Por isso Pedro deseja fortalecer os cristãos exortando-os a “fazer
cada vez mais firme a sua vocação e eleição” (1.10).
I.
OS CRISTÃOS PRECISAM ESTAR
ABSOLUTAMENTE CERTOS DAQUILO EM QUE CREEM.
O grande problema da igreja sempre foi não firmar-se
no seu fundamento. O grande erro dos movimentos ecumênicos tem sido tentar
criar uma unidade visível para a igreja sem ter uma base de verdade doutrinária
sólida para defender.
a) Há somente
uma fé.
Pedro escreve para cristãos de maioria gentílica e
enfatiza a unicidade da fé cristã. A fé verdadeira é a mesma para todas as classes
e grupos de pessoas sem distinção. Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34).
A fé elimina todas as divisões e distinções artificiais, todos os antecedentes
se tornam irrelevantes e todas as paredes de separação são derrubadas, pois
fomos feitos um em Cristo (p.15). Há uma só fé “igualmente preciosa”.
b) A fé única e
verdadeira é a dos apóstolos (“vocês-conosco”).
O erro do nosso tempo é crer que tempos
em mudança exigem uma igreja mudada, um evangelho modificado. O alicerce da
igreja e sua pregação é a fé dos apóstolos (Ef 2.20). Apesar de todo progresso
tecnológico e avanços em todos os campos das pesquisas científicas, no que diz
respeito aos problemas sociais em como evitar que os homens matem uns aos
outros não houve avanço algum. À parte da fé apostólica e bíblica não há fé
nenhuma. Nessa fé os cristãos verdadeiros estão todos juntos e são iguais. O
evangelho é um só e o passar dos anos não o afeta.
c) Que
evangelho é esse?
O evangelho é Jesus Cristo, fé depositada “na” e “pela” justiça de Jesus Cristo. Surgem muitos movimentos religiosos
que pregam a crença em Deus, mas que nada dizem a respeito de Jesus Cristo e a
cruz. O judeu e o muçulmanismo falam de uma fé depositada diretamente em Deus,
mas só o cristianismo ensina que o modo correto de chegarmos a Deus é mediante
a fé em Cristo e na sua justiça. Uma fé geral em Deus como criador e como Pai,
mas sem a fé na ação do mediador não é cristianismo. Pedro salienta que a
justiça que nos é dada em Cristo é o único meio para justificar o pecador e
torná-lo reto e justo diante de Deus.
Sempre após as grandes catástrofes (guerras mundiais,
tsunamis, terremotos) há um despertamento do senso religioso e da necessidade de
voltar-se para Deus, mas os homens jamais conseguirão salvar a si mesmos. Pedro
deixa claro que Cristo é o único meio aceitável por Deus. Em Cristo, Deus deu o
devido tratamento ao pecado da humanidade, punindo o pecado e justificando o
pecador (p.19). O que nos torna aceitáveis diante de Deus? A justiça que Deus nos
dá em Cristo! Diante de Deus não temos justiça própria, somente a de Cristo.
d) Essa fé é preciosa.
A palavra “preciosa” aparece 4x nos escritos de Pedro
(1 Pe 1.7; 2.4,6; 2 Pe 1.1). A fé é algo de valor altíssimo; algo pelo que
estamos dispostos a pagar qualquer preço. Assim como a saúde é valiosa para nós,
a fé é muito mais. Por que a fé é preciosa? (1) Ela é a fé que justifica, que nos livra da culpa. (2) Ela é a fé que santifica, que nos limpa da
corrupção. (3) Ela é a fé que glorifica,
que nos coloca na presença de Deus inculpáveis para vivermos eternamente com
ele (1 Jo 3.2). (4) Ela é a fé da vocação
divina, pela ação regeneradora e renovadora do Espírito Santo em nossas
vidas (Tt 3.5). (5) Ela é a fé da filiação, pois Deus nos fez ser seus filhos
adotivos por meio de Cristo.
De forma subjetiva, essa fé nos leva à paz interior,
com Deus e com os homens. Este é o fundamento de nossa fé preciosa, tudo o Cristo
fez e continua fazendo por nós e em nós.
O Dr. Lloyd-Jones não tratou do verso 2 em sua exposição
mas indicou na p.13, a sua relação com o tema proposto que poderia ficar assim:
II.
Os cristãos devem aumentar e
fazer crescer a sua fé Sobre esse alicerce.
(a) Graça e paz sejam
multiplicadas.
Pedro começa e termina a carta com esse tema (3.18). Devemos
perseverar nessa fé até o fim (Hb 3.14). Para crescermos nessa fé preciosa
contamos com a graça, o favor de Deus que não merecemos e a paz, que é fruto
direto da justificação (Rm 5.1).
(b) Pelo
conhecimento de Deus e de Jesus Cristo.
Cresceremos em graça e paz por intermédio do
conhecimento contínuo de Deus (Ef 3.14-21).
Aplicações:
1)
Essa fé nos traz
paz nas tribulações e força para vencer o desânimo..
2)
Não precisamos
mudar a mensagem para sermos relevantes e cumprirmos a vontade de Deus,
precisamos reavaliarmos nossas vidas e aceitar o evangelho, suas reivindicações,
mandamentos e promessas.