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Apropriando-se da Graça (I)



Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Graça Que Transforma
Liderança: Rev. Helio O. Silva.
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16 = Apropriando-se da Graça (I)                                                                         30/05/2012
Graça Que Transforma – Jerry Bridges, ECC, p. 169-178.
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Hebreus 4.15,16 / João 12.24.
Apropriar-se da graça é tomar posse da força divina que ele deixou disponível a nós em Cristo (p.170). Existem ocasiões em que o Espírito Santo opera de modo soberano em nossa vida sem levar em conta qualquer atividade de nossa parte, todavia o mais comum é que Ele espera que nos apropriemos de sua graça. Para esse fim ele nos deu quatro meios principais: 
(1) a oração; 
(2) A Palavra; 
(3) Submissão à sua providência 
(4) O ministério de outras pessoas. 
Nesse estudo veremos os dois Primeiros.

(1)   A Oração = O Trono da Graça
O primeiro modo de nos apropriarmos da graça é simplesmente pedir por ela em oração. Lembremo-nos de que a graça é, enquanto favor imerecido, capacitação espiritual para dizermos sim ao que é da vontade de Deus. Hebreus 4.15,16 nos incentiva a buscarmos em Deus a graça necessária para o suprimento de nossas necessidades. A graça não vem do trono, mas de Deus que nele se assenta. Apocalipse 6.16,17 fala do trono de ira e juízo sobre os desobedientes. Isaías fala do trono de majestade e poder (Is 6.5). 

Todavia Hebreus 4.16 aponta para a graça que é dispensada a partir do trono. Somos incentivados a nos aproximar confiadamente desse trono gracioso. Foi o próprio Deus quem providenciou por meio de Cristo a propiciação pelos nossos pecados, ou seja, a sacrifício de sangue oferecido por Cristo na cruz satisfez a justiça divina contra o pecado, desviando a sua ira justa e santa de nós. Por causa de Cristo o trono divino não é mais de juízo e ira para nós, mas um trono de graça!

Aquele que é luz inacessível (I Tm 6.16) nos convida a entrar no Santo dos Santos por meio de seu Filho (Hb 10.19,20). No Antigo Testamento só o Sumo-sacerdote poderia entrar nesse lugar apenas uma vez por ano e nunca sem o sangue da expiação (Hb 9.7). Agora, todos os crentes põem se aproximar de Deus a qualquer momento por meio do sangue de Cristo que foi derramado uma vez por todas (Hb 10.19). Podemos entrar e podemos fazê-lo com confiança.

Deus é o dono de toda a graça e que promete jamais nos deixar e nem abandonar (Dt 31.6,8; Sl 94.14; Is 42.16). Jesus nos conduz nessa aproximação e intercede continuamente por nós (Hb 7.24,25). Ele é capaz de compadecer-se de nossas fraquezas e socorrer-nos. A negativa dupla no em Hebreus 4.15 “não temos... que não possa” mostra mais que a possibilidade da compaixão de Cristo, é impossível que ele não se compadeça.
A razão para isso é a própria perfeição da encarnação de Cristo. Ele é totalmente humano, exceto na experiência do pecado. A sua compaixão não é simplesmente um sentimento de “ter dó” ou “ter pena”, é a capacidade de compartilhar ou entender os sentimentos de outra pessoa em sua plenitude (p.172), é como se ele fosse tocado por nossas fraquezas. Esse sentimento em Cristo não é uma suposição, mas a experiência real de tentações e aflições que assediam os seres humanos. Ele sofre conosco com aquele tipo de compaixão de quem já passou pelos mesmos caminhos antes. Ele realmente não passou por muitas experiências tristes porque muitos de nós passamos, mas ele foi tentado em todas as coisas em que somos tentados.

Muitas vezes nos sentimos abandonados por Deus em nossas aflições e provações (e esse é o pior momento da provação), mas Cristo foi realmente abandonado pelo Pai na cruz quando tomou sobre si os nossos pecados (Mt 27.46; Is 53.3 = “homem de dores e que sabe o que é padecer”).

            O objetivo da aproximação é receber graça e misericórdia (Hb 4.16). Graça é Deus dar-nos o que não merecemos; misericórdia é Deus não dar-nos o que merecemos. A misericórdia e a graça são nos dados para qe possamos suportar as aflições e sermos capacitados a lidar com elas.

            Aproximamo-nos do trono gracioso por meio da oração. Só entenderemos o verdadeiro significado da oração se compreendermos o que é ter um Sumo-Sacerdote como quem Jesus Cristo o é para nós. Ainda, precisamos ir a Deus por seu intermédio e usufruir de sua intercessão mediadora constante a nosso favor.
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(2)   A Palavra da Graça
Não entendemos exatamente como o Espírito Santo interage com o nosso espírito, mas sabemos que um dos instrumentos que usa para isso é a Palavra, ou seja, ele traz à nossa mente (lembrança) uma passagem bíblica específica apropriada para a ocasião e a aplica. Isso pode acontecer de inúmeras maneiras (o sermão; a leitura devocional de um livro das escrituras ou um livro cristão; o conselho de um(a) amigo(a). 

Atos 20.32 fala dos presbíteros serem “encomendados” ao Senhor é à palavra de sua graça como ao uso contínuo e diário das escrituras para a sua edificação. 

A Bíblia não é um livro sobre Deus, mas é um livro que veio de Deus (II Tm 3.16). Ela é sua auto-revelação e tudo que nela está escrito ensina o necessário para a salvação, relacionamento com Deus e nosso crescimento espiritual. Como ela é a “Palavra de sua graça” (At 20.32) apropriar-se dela é apropriar-se da graça que ela transmite. Ela é mais do que um livro “como fazer”: Como educar filhos; como andar com Deus; como ser abençoado etc. Ela nos revela quem é Deus e como nos relacionamos com ele, especialmente para adorá-lo (Sl 27.4). 

A Bíblia é mais que verdade objetiva, é alimento para a vida (Dt 32.47). Deus usa a escritura para mediar sua graça a nós, pois ela é provisão da graça para nos ajudar no tempo da necessidade (Rm 15.4,5). Se quisermos nos apropriar da graça precisamos nos expor regularmente e diretamente ao ensino das escrituras; não basta apenas ouvi-la, mas obedecê-la. Precisamos ter um plano regular de leitura, estudo e memorização da palavra de Deus, nunca objetivando ganhar pontos ou méritos diante de Deus, mas para o nosso relacionamento pessoal com o Deus gracioso que conhecemos e queremos conhecer mais e mais! 

Lembremo-nos de que a escritura é a espada do Espírito na armadura de Deus (Ef 6.17). Para usarmos a Bíblia como espada precisamos tê-la à mão e no coração (Sl 119.11). A palavra guardada no coração é um depósito mental que o Espírito usa para mediar sua graça a nós, qualquer que seja a nossa necessidade. É nossa obrigação “tomar” a palavra nas mãos para utilizá-la. Ela não é nossa, é do Espírito, mas ele a coloca em nossas mãos para graciosamente nos beneficiar-nos de suas bênçãos. É por isso que na teologia reformada a escritura é tratada como “meio de graça”.

Por ser do Espírito, o efeito da palavra obedece ao programa do Espírito e não o nosso, por isso a mera citação de versículos bíblicos em certas ocasiões não surtem efeito algum, a escritura nos ensina princípios de conduta que orientam nossas ações e não que nos oferecem bênçãos automáticas. Por outro lado, o papel primordial da escritura é nossa santificação e não a satisfação de nossos pedidos de oração ou desejos do coração (Jo 17.17). Embora seja nosso papel tomar a espada nas mãos, é papel do Espírito torná-la efetiva em nossas vidas.

Aplicações:
  1. Se Deus nos autoriza aproximar-nos dele então devemos nos aproximar sempre que precisarmos.
  2. Quem quiser fazer a vontade de Deus precisará conhecer a doutrina (Jo 7.17). Logo, é preciso que tomemos decisões práticas quanto ao estudo, leitura e memorização das escrituras.

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