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18 e 19 = Vestimentas da Graça



Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Graça Que Transforma
Liderança: Rev. Helio O. Silva.
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18 e 19 = Vestimentas da Graça                                                                         13/06/2012
Graça Que Transforma – Jerry Bridges, ECC, p. 193-204.
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Colossenses 3.12-14 – Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição”.
          
    Apesar de passarmos por algumas circunstâncias difíceis, somos amados profundamente por Deus.  As virtudes alistadas por Paulo no texto bíblico acima são as “vestimentas da graça”. A exortação toda é baseada na graça de Deus que elege, santifica e ama.

Quando conhecemos a graça transformadora de Deus, somos chamados a estendê-la a outras pessoas. A evidência de estarmos vivendo pela graça está na maneira como tratamos as outras pessoas. Quando vemos e reconhecemos nossa indignidade diante Deus aprendemos a ser graciosos com o próximo. A graça nos ensina a dizer não para as paixões mundanas e a viver piedosamente para Deus (Tt 2.11,12).
          
       Relacionamos abaixo cinco características relacionadas à graça com as quais devemos nos revestir essas virtudes são chamadas em Gálatas 5.22,23 de fruto do Espírito Santo:

GRATIDÃO
Tudo o que somos e fazemos de valor devemos à graça. Quanto mais vivemos a graça tanto mais gratos seremos a Deus. Devemos agradecer a salvação, o dom da vida eterna. Devemos desejar tanto o sentimento gracioso da salvação como o desejo de expressá-la mais hoje do que a expressamos ontem.

Há apenas duas forças morais presentes em nós, a velha natureza humana e o Espírito Santo que dá poder à nossa nova natureza em Cristo. Se hoje somos mais parecidos com Cristo que no ano passado é devido à ação crescente de sua graça em nossas vidas.

Um paradoxo cristão é que somos plenamente responsáveis por nosso crescimento espiritual da mesma maneira qu somos totalmente dependentes do Espírito Santo para nos dar o desejo e a capacidade de crescer (p.195,196). A graça não nega nossa responsabilidade e ainda a torna possível. Todo valor de nossas obras vem do fato de que o Espírito Santo está agindo em nossas vidas e por intermédio delas. Todas as bênçãos de Deus vêm de sua graça e são motivos de gratidão de nossa parte.

CONTENTAMENTO
A gratidão é serva do contentamento. Nosso contentamento nasce do fato de que tudo o que temos vem de Deus, não merecemos nada. O descontentamento surge quando achamos que não estamos recebendo tudo o que merecemos ou de não temos tudo o que outro tem. Este descontentamento é sinal de que estamos vivendo pelas obras e não pela graça (Mt 20.1-10; Lc 17.7-10). 

Os trabalhadores da vinha ficaram descontentes porque achavam que mereciam mais, o servo de Lucas 17 não podia esperar melhor tratamento de seu dono, exatamente porque era um escravo. Todavia Deus é o proprietário generoso que cuida bem de seus servos. Ficamos descontentes porque não reconhecemos o tamanho de nossa dívida para com Deus. A piedade com contentamento é grande fonte de lucro (I Tm 6.6).

HUMILDADE
Humildade não é auto-desprezo, mas nos enxergarmos realmente como somos nas mãos de Deus. Charles Hodge disse: “a humildade cristã não consiste em negar o que há de bom em nós, mas num sentido permanente de não-merecimento, a consciência de que tudo o que temos de bom é devido à graça de Deus” (p. 198).

O oposto da humildade é o orgulho, que procura dentro de nós alguma bondade nata ou atribui à nossa consagração a causa das bênçãos de Deus. Nós frutificamos só porque estamos na videira, do contrário seríamos “nada” (Jo 15.4,5)! Permanecer em Cristo é deixar de lado tudo (sabedoria, força e mérito) para tirar tudo de Cristo que é o verdadeiro tesouro guardado em vasos de barro. 

O orgulho em relação aos outros é a comparação que busca afirmar-se como superior (no caráter, conduta e realizações). O orgulho espiritual é uma das piores formas de orgulho, pois faz do fruto do Espírito expressões de pecado (sou mais santo; mais justo, mais fiel, etc.). 

Jesus inverteu o sentido pagão de humildade ao lavar os pés dos discípulos em João 13.1-15 e declarar que seus discípulos deveriam seguir o seu exemplo.

PACIÊNCIA
Devemos suportar uns aos outros no sentido de ter paciência uns com os outros (Mt 17.17; 2 Co 11.1). Há duas formas de suportarmos uns aos outros, com polidez ou com má vontade. A verdadeira paciência não sabe o que é má vontade, pois devemos suportar uns aos outros em amor (Ef 4.2). A base da paciência cristã é o amor (I Pe 4.8) e o nosso amor vem da graça de Deus (I Jo 4.19). Quanto mais aprofundarmos na graça de Deus tanto mais pacientes seremos uns com os outros.

PERDÃO
A paciência leva ao perdão. A paciência é nossa resposta aos atos não propositados cometidos contra nós devido às falhas e descuido, mas o perdão é nossa resposta aos atos intencionais de nos ferir de algum modo. O perdão é evocado quando há motivo de queixa uns contra os outros (Cl 3.13). Que os motivos de queixas vão acontecer é óbvio; qual a nossa reação devida que precisa ser orientada pelo fruto da graça em nosso caráter. 

Temos de perdoar uns aos outros porque já fomos perdoados por Deus (Mt 18.21-35). Quantas vezes devemos perdoar? Tantas vezes quantas forem necessárias. Mas nós agimos como o servo insensato da parábola que achava equivocadamente que se o Senhor lhe desse mais tempo ele conseguiria pagar por seu próprio esforço. É assim que age quem vive pelas obras. Queremos pagar a Deus uma dívida que jamais conseguiríamos pagar! 

Só a graça pode ir ao encontro de nossas necessidades e por isso Deus nos perdoou em Cristo livremente e cancelou nossa dívida com ele na cruz. Cientes disso deveríamos perdoar os outros, todavia somos implacáveis em cobrar dívidas uns dos outros. Qualquer que seja a ofensa contra nós ela é infinitamente menor que a nossa dívida para com Deus.
A atitude de não perdoar é fruto do não entendimento do que a graça é. Enquanto não admitirmos nossa total falência e dependência da graça divina, ainda tentaremos agradara Deus por meio de nossas obras. 

O crente que vive pela reconhece sua total falência espiritual e o imenso contraste entre os seus pecados e a santidade divina; por isso ele pode perdoar como foi perdoado.

Conclusão:
Onde terminamos? Exatamente onde começamos; no reconhecimento de nossa total dependência da graça de deus. Toda a vida cristã é vivida debaixo da graça, assim como toda a salvação depende da graça divina. Admitamos nossa falência espiritual, bebamos da graça abundante que vem do trono de Deus e estendamos essa mesma graça recebida aos outros ao redor de nós todos os dias!

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