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07 = A Prova do Amor


Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Grupo de Estudo do Centro – Graça Que Transforma
Liderança: Rev. Helio O. Silva.
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07 = A PROVA DO AMOR 28/03/2012
Graça Que Transforma – Jerry Bridges, ECC, p. 87-99.
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1. Introdução
I João 5.3: Porque este é o amor de Deus: Que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos.

É impressionante como usamos pouco as escrituras para abalizar nossas respostas às perguntas que nos são feitas a respeito do que é amar a Deus. Jesus o diz claramente em João 14.15,21 e 23: Amar a Deus é obedecer aos seus mandamentos.

Uma questão com a qual freqüentemente lutamos é: Qual a relação entre viver pela graça e obedecer aos mandamentos de Deus? Uma vez que nossas obras não interferem em nada no amor de Deus por nós somos tentados a pensar de duas coisas uma: Ou nossos pecados não interferem em nossa relação com Deus, ou realmente um “pouquinho” de mérito e desempenho deve ser levado em conta. A Resposta de Paulo para ambos os caso em Romanos 6.2 é: Não, de modo nenhum!

A nossa obediência é uma resposta amorosa ao amor de deus e não uma tentativa de tentar obter esse amor divino para nós (I Jo 4.19). Portanto, uma evidência clara de que estamos vivendo pela graça é nossa obediência amorosa aos mandamentos divinos. Acreditar que uma vez que o amor de Deus não seja condicional nos libera para vivermos como quisermos é baratear a graça e não viver por ela.

Obedecer aos mandamentos de Cristo (João 14.15,21,23) sugere duas coisas:
(a) A sua orientação é clara. Não há dúvidas quanto ao que fazer e ao que não fazer. A ética situacional vigente dirige-se pelo que “parece bom no momento” e não pela aplicação de absolutos. Todavia qualquer padrão ético subjetivo tropeça na declaração bíblica de que o coração é enganoso e corrupto (Jr 17.9). No cristianismo bíblico os mandamentos de Deus definem o seu amor e não as circunstâncias. Assim, a vontade de Deus pode ser conhecida (Ef 5.17, I Ts 4.3; 5.18). Saber qual é a vontade de Deus e provar o que lhe é agradável são a mesma coisa (Ef 5.10). Deus não nos dá mandamentos para aumentar o nosso conhecimento, mas para orientar a nossa conduta.

(b) Mandamento significa também autoridade. Mais especificamente, orientar com autoridade. Um mandamento não é apenas uma orientação que pode ser aceita ou rejeitada. Ele pressupõe que quem o determinou pode exigir sua realização e cobrá-la em seguida. Isso está implícito na escritura quando ela chama a Deus de “Senhor”.

2. Lei e Graça
No reinado da graça os mandamentos de Deus continuam tendo autoridade. Eles não são meros pedidos amorosos, mas ordenanças. Pedido = desejo. Mandamento = autoridade de exigir obediência. A resposta a um pedido é opcional, mas a resposta a um mandamento não.

Deve ficar claramente entendido que a graça de Deus não altera o caráter fundamental da Lei moral de Deus. O legalista busca a justificação de seus pecados com base nas suas obras de obediência à Lei, a vida na graça reconhece que são os méritos de Cristo que pagaram a nossa dívida de culpa perante a justiça de divina.

A salvação nos isenta da obediência da mesma forma que a filiação não isenta o filho de obedecer ao seu pai. A obediência não está baseada no amor do filho por seu pai, mas no fato sólido de que ele é filho. A resposta à graça nos leva à obediência grata e amorosa, além do fato de que concordamos com ela por ser santa, justa e boa.

A Lei Moral de Deus não foi abolida porque Cristo morreu por nós. Ela continua como mandamento claro e límpido. O seu caráter não mudou o que mudou foi a nossa razão para obedecê-la. O legalista obedece para ganhar a benção; nós obedecemos porque já a ganhamos em Cristo; não para sermos amados, mas porque já somos amados em Cristo. O amor é o cumprimento da Lei (Rm 13.10) e não o medo do castigo.

Viver a vida da graça e escapar das armadilhas do legalismo não é tão simples. Podemos sutilmente reimplantar uma conduta baseada em méritos e condicionada por desempenho simplesmente por achar que os mandamentos de Deus são opcionais e não obrigatórios. O raciocínio é este: “Se não tenho de obedecer porque Cristo pagou minha dívida com a justiça de Deus, então a minha obediência voluntária após a salvação deve valer algum mérito”. Por outro lado, quando entendemos os mandamentos como ordenanças e percebemos que o pecado continua sendo um empecilho à obediência completa e isso nos leva ainda mais a Cristo para usufruirmos de sua graça e socorro, porque somos continuamente lembrados que somos pecadores.

Dessa forma, entendemos que a Lei é serva da graça e não sua opositora. A severidade da Lei propõe a graça como única solução à parte de qualquer obra para a nossa salvação e também para a nossa santificação.

3. Lei e Amor
Alguns interpretam equivocadamente a Paulo afirmando que a “Lei do Amor” no Novo Testamento substituiu a Lei do Antigo Testamento citando Romanos 13.8-10. Se a Lei é uma expressão do caráter moral de Deus, e Deus é amor (I Jo 4.8) então não se pode distinguir entre Lei e amor nas escrituras, pois ambos expressam o caráter de Deus. O amor é o motivo da obediência e a Lei é a orientação específica para o exercício do amor (p.93). Por exemplo: O amor não faz mal ao próximo (Rm 13.9,10).

Como saberíamos de que mal a escritura fala se a Lei não nos revelasse os pecados do verso 9? Basta comparar I Co 13.4-7 com Levítico 19.11-18 para ficar claro esse princípio. O princípio do amor não é um princípio mais alto ou importante que a Lei moral de Deus, mas o motivo da obediência enquanto que a Lei é sua orientação como guia para a santidade (Calvino e o 3º uso da Lei).

4. Lei do Antigo Testamento
Os princípios legais-morais do Antigo Testamento são válidos hoje como eram naquele tempo. Os autores do Novo testamento fazem referência a isso constantemente (Mt 5.48; Mc 12.30,31; I Pe 1.16). A aplicação dos princípios pode variar de acordo com a época. Assim como Dt 22.8 instrui sobre a construção de um parapeito como medida de segurança para evitar acidentes, as instruções nos rótulos dos produtos que compramos são aplicações modernas desse princípio.

5. Liberdade do Evangelho
Como ficam Efésios 2.14 e Gálatas 5.1, então?
(a) Paulo não está tratando da Lei moral de Deus em Efésios 2, pois no capítulo 6.1,2 ele ordena a sua obediência. O que foi abolido foi a maldição e a condenação da Lei sobre aqueles que depositaram fé nele (Gl 3.10,13).

(b) Gálatas 3.13 mostra que a liberdade da qual Paulo é não da Lei por si mesma, mas da dependência da Lei como base para a salvação Veja Atos 15.5). Cristo nos libertou da insistência judaica na obediência à Lei de Moisés como base para a salvação. Paulo não trata da liberdade como liberdade absoluta ou da Lei moral, mas da confiança na Lei como salvação meritória.

Toda liberdade deve ser qualificada para não se tornar nem anarquia (desgoverno) e nem libertinagem (vida moral sem limites). Não somos livres para não pagar impostos e nem para dirigir do lado errado da rua. Paulo não fala de libertação da Lei moral porque ela é justa, santa e boa (Rm 7.12), mas fala de libertação da Lei como caminho de salvação meritória porque ninguém conseguirá fazê-lo.

Conclusão:
A Lei não se opõe à graça e nem é sua inimiga. Também não é empecilho à vida na graça, mas a sua aliada como instrumento de santificação. Procuramos entender a vontade de Deus para obedecê-lo, não para sermos abençoados, mas porque já fomos abençoados.

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