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Aula 30 = As Alianças Divinas - Recapitulação


Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Classe de Doutrina III – O Homem à Luz da Bíblia.
Professores: Pr. Hélio O. Silva.
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Aula 30 – AS ALIANÇAS DIVINAS - RECAPITULAÇÃO (16/12/2011)
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“Aliança é um pacto de sangue soberanamente administrado”.
Aliança é aquilo que une as pessoas como um laço inviolável de relacionamento.
O sangue demonstra que as implicações do pacto estendem-se às últimas conseqüências de vida e morte. O derramamento de sangue representa um julgamento sobre a vida, pois compromete os participantes à lealdade sob pena de morte. “Uma vez firmada a relação de aliança, nada menos que o derramamento de sangue pode libertar das obrigações contraídas no evento da violação da aliança”.

É preciso fazer um contraste entre aliança e testamento. Ambos estão relacionados com a morte, mas em perspectivas diferentes. Na aliança o conceito de morte está no princípio da relação, simbolizando o fator maldição potencial na aliança, enquanto que no caso de testamento, a morte está no fim da relação, estabelecendo o sentido de “disposição de última vontade”, sendo caracterizado por uma herança e não uma aliança em que seu proponente permanece vivo. Aliança não é testamento, mas um pacto de sangue, “onde as partes se comprometem mutuamente por meio de um processo formal de derramamento de sangue”, ligando-os para a vida e para a morte.
Além disso, o pacto é unilateralmente administrado, pois é o Senhor absoluto quem dita os termos da sua aliança.

O conceito de Aliança abrange toda a história da humanidade, do princípio ao fim dos tempos. Mesmo no caso da aliança com Adão, onde o termo não aparece isso é legítimo, pois no caso da aliança davídica, onde o termo também não aparece, não se questiona a sua presença. Todos os ingredientes essenciais ao estabelecimento do pacto estão presentes, além disso, passagens como Jeremias 33.20-26 e Oséias 6.7 atestam que a ordem estabelecida pela criação como essencialmente de aliança.
A Bíblia fala de várias alianças entre Deus e seu povo através de Adão, Noé, Abraão, Moisés, Davi e a Nova Aliança. Essas alianças se relacionam entre si de sorte que cada uma delas suplementa a precedente sem, contudo, suplantar a continuação do papel do pacto anterior. Seus detalhes podem variar, mas uma linha definida de progresso pode ser detectada. As alianças, na verdade, são uma só, pois todas falam do relacionamento único de Deus com o povo que escolheu para si.
Essa unidade se expressa de duas formas: Na estrutura e nos temas.

1) Na estrutura.
“Cada aliança sucessiva edifica-se sobre prévio relacionamento, continuando a ênfase básica que foi estabelecida antes”. No caso das alianças com Abraão, Moisés e Davi, essa unidade fica evidente na experiência histórica de Israel, onde cada evento deixa evidente o inter-relacionamento entre elas; e na ênfase genealógica das Escrituras. Três conceitos são subjacentes quanto ao critério genealógico da atuação de Deus; Semente – os filhos são herdeiros da aliança em sucessão eterna. Enxerto – Um não israelita podia se tornar herdeiro da fé de Abraão pelo proselitismo. Poda – a possibilidade de um israelita natural perder sua posição de privilégio devido o pecado.
A Nova Aliança também não pode ser vista separadamente das demais, pois mantém uma relação orgânica com elas. Isso fica explícito no fato de a nova aliança ser a “realização das projeções proféticas achadas nas alianças abraâmica, mosaica e davídica”. Pela nova aliança, todas as promessas de Deus se consumam e o cristão celebra essa realidade todas as vezes que participa da Ceia do Senhor. Por fim, a unidade orgânica das alianças tem sua base na imutabilidade de Deus.

2) Nos temas.
A relação de aliança de Deus com o seu povo é resumida explicitamente na frase bíblica: “Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo”, deixando evidente que o propósito real e final de Deus consiste na sua intenção de formar um povo propriamente seu, para habitar no meio dele através do Cristo crucificado e glorificado. “O princípio Emanuel une a Escritura em sua totalidade”.

Apesar de existirem em unidade orgânica, as alianças não são meras “duplicações monótonas” umas das outras, mas cada uma tem seu caráter distintivo, de acordo com a progressão da revelação. Existem três distinções estruturais básicas com respeito à diversidade nas alianças:

1) Alianças pré-criação / pós criação.
A maior parte dessa discussão é construída sobre “a pressuposição de que a aliança deve ser definida como um contrato mútuo, não como um pacto soberanamente ministrado”.

2) Aliança das obras / Aliança da graça.
“Obras” designam o relacionamento de Deus com o homem antes da queda; e “graça”, depois da queda. Algumas limitações tais como: a sugestão de que a graça não operava na aliança das obras e vice-versa bem como a concentração temática que a abordagem provoca sobre apenas um aspecto da aliança, sugerem que o termo “aliança da criação” seja preferível ao termo “aliança das obras” e “aliança da redenção” preferível a “aliança da graça”.

3) Antiga Aliança / Nova Aliança.
O pacto antes de Cristo pode ser chamado de Antiga Aliança e depois de Nova Aliança. A antiga aliança é caracterizada como promessa, sombra e profecia, enquanto que a nova como cumprimento, realidade e realização. Essa é a linguagem de Hebreus e Gálatas.

Concluindo, cada aliança pode ser categorizada de acordo com suas ênfases específicas como segue:
1) Adão: A aliança do Começo.
2) Noé: A aliança da Preservação.
3) Abraão: A aliança da Promessa.
4) Moisés: A aliança da Lei.
5) Davi: A aliança do Reino.
6) Cristo: A aliança da Consumação.

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Bibliografia: O. Palmer Robertson. Cristo dos Pactos, Luz Para o Caminho, p. 8-50.

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