Uma Fé Mais Forte Que As Emoções.
“Uma Fé Mais Forte Que as Emoções” é o novo título do livro do Rev. Jonathan Edwards “O Tratado Sobre As Afeições Religiosas” publicado em originalmente em 1746. É a sua obra mais amadurecida sobre o tema dos Reavivamentos. Resultou de uma série de sermões pregados em 1742/3 sobre 1 Pedro 1:8, nos quais argumentou que o cristianismo verdadeiro não se evidencia pela quantidade ou intensidade das emoções religiosas, mas por um coração transformado que ama a Deus e busca o seu prazer. Ele faz uma análise rigorosa das diferenças entre a religiosidade carnal, que produz muita comoção, e a verdadeira espiritualidade, que toca o coração com a visão da excelência de Deus e o liberta do egocentrismo.
O critério principal é este: Se quem está no centro das atenções é Deus ou o ser humano. Para que Deus esteja no centro é necessário que haja nos corações um profundo senso de incapacidade, de dependência de Deus, e de convicção da nossa pecaminosidade. Além disso, é preciso que haja a consciência de que toda genuína experiência religiosa é fruto da atuação do Espírito de Deus, que transforma e santifica os pecadores, capacitando-os a amar e honrar a Deus em suas vidas.
Edwards crê na necessidade de transformação do ser humano. Uma fé simplesmente racional ou intelectual não basta. É preciso que a pessoa se aproxime de Deus não só com o entendimento, mas com os sentimentos. Cabeça e coração devem funcionar juntos na vida conduzida pelo Espírito.
Edwards insistiu na importância dos afetos profundos na vida espiritual. Por "afetos" ou "afeições" ele se referia às disposições do coração que nos inclinam para certas coisas e nos afastam de outras. Todas as nossas ações derivam dos nossos desejos: Ou nos comprazemos no Deus vivo e buscamos servi-lo e honrá-lo, ou somos cativos de desejos voltados para alvos menores prontos a fazer concessões “pecaminosamente vantajosas” ao pecado.
Jonathan Edwards avaliou a experiência religiosa à luz das Escrituras e das suas convicções reformadas advertindo contra dois grandes erros no reavivamento de sua época. Primeiro, o mero emocionalismo: Os avivalistas podem simplesmente excitar as emoções das pessoas e produzir falsas conversões. Emoções intensas não são uma evidência clara acerca de uma experiência religiosa genuína. Uma experiência religiosa genuína inclui uma ênfase central na obra graciosa de Deus, doutrinas consistentes com a revelação bíblica, e uma vida marcada pela manifestação do fruto do Espírito.
O segundo erro é dar ênfase não a Deus, mas às respostas humanas a Ele, algo muito comum hoje com toda a celebração do eu; às experiências pessoais, aos testemunhos auto-congratulatórios. Edwards insistiu em que a essência da verdadeira espiritualidade é ser dominado pela visão da beleza de Deus, ser atraído para a glória das suas perfeições, sentir o seu amor irresistível.
Portanto, na verdadeira experiência cristã, o conhecimento de Deus é algo sensível, experimental. A verdadeira experiência cristã consiste não somente em conhecer e afirmar doutrinas cristãs verdadeiras, mas é um conhecimento afetivo, ou a consciência das verdades que a doutrina descreve. O cristão, diz Edwards, "não apenas crê racionalmente que Deus é glorioso, mas tem em seu coração o senso da majestade de Deus." Se nossos corações são transformados pelo amor de Deus, assim devem ser transformadas as nossas ações. Se somos mudados ao contemplarmos a beleza do amor de Deus, então amaremos de maneira especial todo ato de virtude que reflete o caráter amoroso de Deus.
Os critérios que realmente indicam se as conversões e o despertamento eram genuínos ou não são os frutos visíveis tais como:
(a) Convicção de pecado,
(b) Seriedade nas coisas espirituais,
(c) Preocupação suprema com a glória de Deus,
(d) Apego profundo às Escrituras,
(e) Mudanças no comportamento ético,
(f) Relacionamentos pessoais transformados e
(g) Influência transformadora na comunidade.
Esse será o tema de nossos estudos bíblicos nos grupos de quarta-feira a partir desse mês. Venha conferir e participar conosco!
Com amor, Rev. Hélio O. Silva
--------
Boletim da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO. Nº 32, ano XXII. 07/08/2011.