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Aula 17 = O Pecado na Experiência Masculina e Feminina


Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO
Classe de Doutrina II – Quem é o Homem Para Que Dele Te Lembres?
Professores: Pr. Hélio O. Silva e Presb. Baltazar M. Morais Jr.
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Aula 17= O PECADO NA EXPERIÊNCIA MASCULINA E FEMININA. (06/08/2011).
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“Todos Pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). Isso quer dizer que homens e mulheres são pecadores e que pecam indistintamente. Contudo, será que existem pecados que são mais comuns entre os homens e outros mais comuns entre as mulheres?
Nesse estudo vamos tratar dessa questão olhando para os pecados peculiares a homens e mulheres quanto à sua relação com o sexo oposto. Isso porque muito pecados mais cometidos por mulheres tem a ver com a sua relação com os homens. Pecados comumente mais cometidos por homens tem a ver com a sua relação com as mulheres. Isso acontece especialmente dentro do casamento. Isso porque, basicamente, o pecado, como transgressão da Lei de Deus, se manifesta exatamente na “distorção” mais do que na anulação da Lei.

1. O Homem e o Pecado.
Ser independente, superior e dominador (I Pedro 3.7).
Se olharmos de forma invertida para as três palavras chaves no texto de I Pe 3.7 captaremos a força sinistra dessa forma de pecar. “Discernimento, consideração e dignidade” reflete a postura cristã do homem em relação à mulher, especialmentea sua esposa. Todavia a falta dessas virtudes redundará em independência, superioridade e dominação.

Enquanto na mulher a independência pecaminosa é vista na sua insubmissão à liderança masculina, no homem ela tem mais a ver com a sua irresponsabilidade no trato com as mulheres. O homem tende a ver o mundo à sua volta como um instrumento que ele pode usar a seu favor e isso muitas vezes inclui sua relação com o sexo oposto. Daí o apleo da pornografia masculina que trata o feminino apenas como objeto de prazer dos homens.

A base do conceito de masculinidade na sociedade secular é a virilidade, a força física; o que possibilidade a conquista no jogo do poder. Galgar o poder é ser superior. Superior sobre os demais e especialmente sobre s muleres. Ser superior é ser conquistador, e por conseguinte, ter domínio total sobre os outros. As mulheres tendem a usar da sensualidade para exercer poder sobre os homens, os homens tendem a usar da força física para alcançar o poder. O pecado de Davi no seu adultério com Bate Seba ganha requintes de crueldade na forma sinistra como Davi usou de seu poder político de governo contra seu “rival” Urias. Em Gênesis 3.16, quando Deus afirma à mulher que o homem a governará, usa uma palavra aplicada ao governo monárquico, despótico. O homem, por causa do pecado governará ilegitimamente a mulher de forma não participativa, mas despótica, ou seja, Adão abusaria de ua autoridade, dada por Deus, no seu trato com a mulher (Gruden, p. 381). Dessa maneira o pecado introduz na relação dos sexos a competição pelo poder.

Tratar com dignidade é valorizar, reconhecer o valor que o outro tem. A dominação é a diminição do outro a favor de si próprio. As guerras acontecem em função da cobiça pelo poder e a dominação. Tentamos dominar àqueles que consideramos inferiores a nós, seja fisicamente ou intelectualmente, seja moralmente. O fato é que o desejo egoista pelo domínio arruina o homem no pecado. A própria infidelidade conjugal se baseia no fato de não se lavar em conta a dignidade do outro e por isso desconsiderá-la. Maridos com dificuldade nesse ponto perdem de vista seu dever de valorizar, compreender e por fim manter-se fiel à sua esposa e tê-la como única.

Na Escritura o homem encontra sua masculinidade não na força bruta e na imposição de seu poder sobre os demais, mas na sua capacidade de aprender a amar como Deus ama; ao ponto do sacrifício de sua própria vida. Em Efésios 5.18-33, a palavra que caracteriza o papel do marido não é autoridade, mas AMOR. Há cinco verbos que demonstram o seu papel no lar como líder amoroso: (1) Amar. (2) Entregar. (3) Santificar. (4) Purificar. (5) Apresentar (a Deus). Os cristãos no geral (homens e muleres) e o homem cristão no particular devem se entregar na mesma medida do amor de Cristo. No casamento, diz John Stott: “Dar-se-á por ela, a fim de que ela desenvolva seu pleno potencial debaixo de Deus e assim fique sendo mais completamente ela mesma”.

Dominar na linguagem de Gênesis 1 não significa explorar à exaustão, mas cuidar. Isso vale para o mandato divino do domínio do homem sobre toda a criação e da liderança do marido sobre a sua esposa. Amor é uma escolha e serviço ao outro.

2. A Mulher e o Pecado.
 Ser independente, bela e sedutora (I Pedro 3.1-6).
A independência da mulher, segundo Gênesis 3.16, significa o “desejo de governar” o marido e conseqüentemente, os homens. Representa o desejo ilegítimo de usurpar a autoridade do marido (Gruden p.381).

Na nossa sociedade, ser feminina é ser “produzida, maquiada”, esbelta (manequim 38) e sedutora. Valorizar-se como mulher significa manter esse padrão de conduta: Ser independente, bela e sedutora. Nas Escrituras, ser feminina é aprender a ser dependente, equilibrada e exemplo de santidade para os demais. Esse é o caminho que você mulher, esposa e mãe cristã vai aprender a percorrer.
O desejo de se apresentar bem e estar sempre bonitas são marcas peculiares às mulheres. A moda sempre fala mais alto às mulheres. Como vivemos numa época de extremo sensualismo, a supervalorização da beleza e do prazer no/do corpo atinge extremos perniciosos à fé cristã.

Uma diferença básica entre homens e mulheres quanto à busca do prazer é manipulada à exaustão pela mídia. O homem se excita pelo que vê e a mulher pelo que sente, pelo toque. Foi assim que Deus equilibrou a relação da sexualidade humana. Uma vez que o pecado é transgressão dos padrões de Deus indo além deles, a televisão e todas as mídias colocam lenha na fogueira por meio da pornografia para os homens e do sensualismo para as mulheres. Todavia, o ensino bíblico para a mulher cristã é que elas não devem se deixar levar pelo brilho, glamour e o caminho da moda, que ela deva buscar a beleza no lugar certo.

O texto de Pedro não proíbe o cuidado com a beleza exterior e com o corpo; ela condena é o seu exagero, sua confiança nela. Frisado de cabelos = “tranças nos cabelos”; adereços de ouro = “jóias” e aparato de vestuário = vestidos luxuosos (BLH. A tradução literal é: “vestidos mundanos”).

Precisamos nos conscientizar que a beleza exterior passa, por mais que o mundo dos cosméticos e das plásticas a retardem. Na verdade a Bíblia ensina que cada época, cada idade tem sua beleza peculiar e própria, que pode ser vivida com simplicidade e elegância.

Aplicações:
(1) Masculinidae e feminilidade devem ser definidas em função dos objetivos de Deus ao criar homens e mulheres para viverem e cuidadrem do mundo juntos. Portanto, reconstrua sua masculinidade e sua feminilidade a partir da palavra de Deus e não dos conceitos sociais seculares.

(2) A única forma de lidar com os pecados dos homens e os pecados das mulheres ainda é o arrependimento, a conversão de nossas atitudes em atitudes cristãs bíblicas e a submissão uns aos outros pelo perdão.

(3) Fujamos das generalizações, dos estereótipos e das rotulações. Homens e mulheres pecam indistamente (Rm 3.23). Os pecados de uns não escondem e nem anulam os pecados de outros. Muitas vezes o que acontece é a soma dos pecados dos dois para que as relações entre ambos sejam arruinadas. Melhor é a proposta bíblica em que um ajuda ao outro crescendo juntos em santidade, de tal forma que os homens sejam mais homens com a ajuda das muleres e as mulheres sejam mais muleres com a ajuda dos homens.

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Bibliografia: Charles Sherlock. A Doutrina da Humanidade, ECC, p.187-190; 209-210. / John Stott. A Mensagem de Efésios. ABU, p.158-177. / Wayne Gruden. Teologia Sistemática. Vida Nova, p.378-384.

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