TOMÉ SE ATRASOU...
Tomé se atrasou. Ele não estava lá quando Jesus chegou. Ele não estava presente ainda, quando a ressurreição fora finalmente testemunhada pela igreja reunida. Jesus lhes trouxe a paz, que o medo e as portas trancadas denunciavam não terem. Ao verem novamente o Senhor vivo, estampou-se-lhes no rosto a alegria de viver. O pastor reencontrou seu rebanho e os consolou com Sua presença. Mas Tomé não estava ainda lá.
Não podemos precisar os motivos de seu atraso. Talvez fosse o medo e o cansaço que o jogaram para dentro da depressão, fazendo-o lento para reagir e chegar. Talvez o tumulto ainda vivo da cidade o fizera se perder no trânsito e se atrasou. Talvez problemas pessoais e íntimos (quem sabe familiares) o fizeram atrasar. Contudo, o texto nos deixa perceber que o seu atraso não lhe permitiu receber a bênção de ver a Jesus ressurreto e de ouvir Suas palavras de paz.
Porque se atrasou perdeu o encontro e a alegria. Porque se atrasou, descreu do testemunho da igreja a respeito da ressurreição e por pouco não tumultuou o brilho daquele fim-de-tarde. Porque se atrasou, teve de esperar mais de uma semana (8 dias) para ver a Jesus; e depois do encontro, professar publicamente a sua fé.
Porque se atrasou, ouviu de Jesus palavras que não precisaria ouvir.
Como Tomé, muitas e tantas vezes nos atrasamos para o culto, para o encontro com o Cristo ressurreto; nem sempre como exceção, mas como regra mesmo. Como Tomé, causamos desatenção nos outros, e perdemos uma parte preciosa do culto e da liturgia do encontro com Deus. O culto não começa quando adentramos atrasadamente ao templo, e entre acenos e sorrisos, assentamo-nos apressadamente. O culto começa bem antes, quando nos preparamos para chegar.
Atrasamos por desorganização. Não organizamos o nosso tempo, para conseguirmos chegar a tempo.
Atrasamos por distração. Tantas coisas competem pela nossa atenção, que nos deixamos levar e, distraídos, vamos chegando devagarzinho, sem pressa.
Atrasamos por desinteresse. Achamos que nada de novo acontecerá, portanto, não vale a pena nos esforçarmos.
Atrasamos por irreverência. Se o culto não nos agrada, presumimos que também não agradará a Deus. Deus pode pacientemente nos esperar, porque afinal, ele não acontecerá sem nós. "Santa" presunção. IRREVERÊNCIA!!!
Atrasamos por causa de imprevistos. Nem tudo acontece do jeito que planejamos, é verdade; mas será que o Senhor das certezas e do culto só colocará imprevistos no nosso caminho?!
Felizmente, para Tomé aquele atraso foi uma exceção na sua vida; QUE SEJA TAMBÉM NA SUA, e de todos nós! Irmãos, procuremos não nos atrasar para o culto.
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Rev. Hélio de Oliveira Silva (30/03/2002)
Boletim da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia – ano VIII nº 14 – 07/04/2002.