Pular para o conteúdo principal

O Cordeiro (08/07/1999)


Hélio O. Silva

Levarei o meu cordeiro ao Tabernáculo e o oferecerei em holocausto por mim, pelo pecado que eu tentei esconder de Ti.

Eu o tirarei do aprisco seguro, do lado de sua mãe e o amarrarei com cordas que o prendam a mim. Então caminharemos juntos até o Tabernáculo, onde o oferecerei por mim.

Daqui eu o vejo longe. A coluna de nuvem se levanta no meio do arraial. Deus está aqui e eu devo me achegar até Ele; limpar meu coração...

Enlacei o nó; _ Vamos cordeiro! Dei duas voltas em torno da mão; e olhei para ele, que me fitou obediente, que me obedeceu inocente. Deixou-se conduzir por mim. Mudo, meu cordeiro caminha comigo. Eu o oferecerei por mim lá no Tabernáculo.

O sol da manhã ilumina o nosso caminho, que busca o perdão; não para ele, mas para mim. As pessoas nos vêem; comentam; alguns se enternecem. Há silêncio no seu olhar. Pelas mesmas culpas? Talvez. Outros levantam o olhar para o Tabernáculo. Medindo a distância. Intercedendo? Talvez. A nuvem se avoluma. O sol da manhã ressalta a brancura das cortinas. Já escuto o barulho do pano bater, resistindo ao vento do deserto. Eu caminho e meu cordeiro me acompanha solidário. Eu vou oferecê-lo por mim ao Senhor.

Eis o Tabernáculo. Ao entrar eu vejo o altar. O cheiro de outros cordeiros que queimam ali. Eu não sou o único pecador a pecar. Não sou apenas eu a confessar. A garganta seca, o sacerdote se aproxima. Ele aguarda a minha confissão serenamente. Em silêncio...

Trago meu cordeiro para mais perto de mim. O sacerdote me oferece o cutelo. Então imponho minhas mãos sobre a cabeça do meu cordeiro. A garganta engasga; eu tenho de confessar! Quebranta-se o coração. Pela vergonha ou pela convicção? Talvez pelos dois.

Confessado o pecado; num só golpe, morreu o cordeiro. Sua vida se esvaiu; ele sofreu por mim. Minhas mãos estão manchadas com o seu sangue inocente, o sangue do cordeiro que eu amava e que ofereci por mim. Ele morreu a minha morte! O sacerdote o queimou em holocausto. O cheiro forte da gordura se espalhou juntamente com o da carne queimada. Eu sinto o calor do braseiro. O seu couro foi retirado para secar. O sacerdote derramou o sangue ao redor do altar, depois se dirigiu para o Santo Lugar. Eu o vi lavar as mãos e os pés no lavatório, antes de entrar. Agora é esperar e orar. Outro morreu em meu lugar. Eu vou voltar para casa.
Jesus Cristo é o meu cordeiro, que tirou o meu pecado, que me deixou viver. Eu vou voltar pra casa...

Postagens mais visitadas deste blog

A Armadura de Deus (1ª parte) - Efésios 6.14-17

Pastoral: A Armadura de Deus (Efésios 6.14-17) Por que muitos crentes ignoram os ensinamentos bíblicos quanto à armadura de Deus? Porque muitos crentes conhecem pouco da Palavra de Deus, outros tantos duvidam da visível atuação de Deus, muitos a ignoram, outros porque julgam ser um exagero de Paulo na sua linguagem, outros acham que essa época já passou, alguns por pura negligência mesmo, e outros mais, por causa de já terem sofrido tantas derrotas que já estão praticamente inutilizados em sua espiritualidade pelo inimigo.   Por outro lado, há daqueles que estão lutando desesperadamente, mas com as armas que não são bíblicas.      A exortação de Paulo é para que deixemos de ser passivos e tomemos posse das armas espirituais que em Cristo Deus coloca à nossa disposição. É a armadura de Deus que nos permitirá resistir no dia mal, conduzir-nos à vitória e garantir a nossa permanência inabalável na fé.           Paulo não está falando de armas físicas que dev

O Uso da Sarça Como Símbolo da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB)

O Uso da Sarça Como Símbolo da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) O artigo da Wikipedia sobre a sarça ardente ("Burning bush") informa que ela se tornou um símbolo popular entre as igrejas reformadas desde que foi pela primeira vez adotada pelo huguenotes em 1583, em seu 12º sínodo nacional, na França. O lema então adotado, "Flagor non consumor" ("Sou queimado, mas não consumido") sugere que o símbolo foi entendido como uma referência à igreja sofredora que ainda assim sobrevive. Todavia, visto que o fogo é um sinal da presença de Deus, aquele que é um fogo consumidor (Hb 12.29), esse milagre parece apontar para um milagre maior: o Deus gracioso está com o seu povo da aliança e assim ele não é consumido. O atual símbolo da Igreja Reformada da França é a sarça ardente com a cruz huguenote. A sarça ardente também é o símbolo da IP da Escócia (desde os anos 1690, com o lema "Nec tamen consumebatur" - E não se consumia), da IP da Irlanda

21 = Oração Pelo Ministério - Romanos 15.30-33 (2)

Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO Grupo de Estudo do Centro – Fevereiro a Junho/2013 Liderança: Pr. Hélio O. Silva , Sem. Adair B. Machado e Presb. Abimael A. Lima. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 21 = Oração Pelo Ministério – Romanos 15.14-33 (2) .          26/06/2013. Um Chamado à Reforma Espiritual – D. A. Carson, ECC, p. 216 a 229. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 30 Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor,   31 para que eu me veja livre dos rebeldes que vivem na Judéia, e que este meu serviço em Jerusalém seja bem aceito pelos santos;   32 a fim de que, ao visitar-vos, pela vontade de Deus, chegue à vossa presença com alegria e possa recrear-me convosco.   33 E o Deus da paz seja com todos vós.