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No Deserto (Números)




Hélio O. Silva – 22/02/2010
No Deserto.

Eu andei por esse deserto quarenta anos! Conheci o calor que queima durante o dia e o frio que gela durante as noites. Tive fome e sede. Comi do maná e bebi da água tirada de uma rocha! Ela nasceu e jorrou abundantemente da pedra dura! Sempre usei as mesmas roupas e nunca troquei os meus sapatos. Experimentei o castigo severo dos meus atos e do meu lado tombaram homens e mulheres; famílias inteiras que não aprenderam a obedecer a Deus, aquele que nos guiava pelo caminho.
Em não estava na frente da multidão, mas vi a nuvem de dia e a coluna de fogo que ardia de noite. Naquele Tabernáculo ali há muito sangue de inocentes cordeiros que foi derramado por pecados que eu cometi; sangue derramado a meu favor, no meu lugar... Eu vi que ouvir sem escutar é tolice; agir sem pensar é presunção; inovar sem razão é arrogância e falsificar a verdade é loucura. Tudo isso é caminho de morte; fez para muitos o deserto não ter fim. No deserto eu conheci tanto a severidade quanto a bondade de Deus!
Aprendi o significado da humilhação e da disciplina. E no meu coração cresceu o amor e a obediência. Aprendi que há um Deus que é o único e verdadeiro; que faz das minhas provações a bondade de meu caráter. No deserto aprendi que o pouco é muito com Deus e que quem quer ter o que Deus não quer dar não tem nada, não é nada! Aprendi que Deus sonda e prova os corações, e que a forma como mastigo um pedaço de carne entre os dentes pode revelar a diferença entre o justo e o desprezível. Aprendi que não se muda a palavra de Deus; nunca! E que essa palavra alimenta mais que a mesa farta. Obedecê-la é a diferença entre viver e morrer.
Foi no deserto que aprendi que estar só é sempre estar só com Deus e que a sua vara dói; dói muito mesmo, mas cura e consola tanto o coração arrependido como o coração amargurado. Aprendi que Deus nunca está longe, mas que o fato de estar perto é o desespero do incrédulo, do falso, do cobiçoso e do impuro.
Eu andei no deserto e vi a morte, mas também conheci a vida; não a vida que vem do pão e da água, mas a que vem da palavra de Deus. Percebi que a perseverança na fé é o melhor caminho e tem galardão. Aprendi que a paciência é irmã da obediência. Esperar sem crer é morrer tristemente. Caminhar com esperança é fé. Eu me lembro de tudo que aconteceu lá e ensinarei às minhas crianças (elas também andaram comigo no deserto). Agora eu já vejo o rio Jordão; e além (hã,hã) a terra da promessa...

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