Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de março, 2010

A Sala das Penas

Hélio O. Silva (20/07/2002) A Sala das Penas Rasgou-se o travesseiro, libertando as penas brancas que custavam o preço do meu perdão. Cada pena uma ofensa proferida, um perdão retido; uma mágoa guardada, inveja, cobiça, pecados; e muito mais. Foram invocados o tempo e o vento. Os nomes foram ditos, lavrada a sentença. Nas mãos os panos rasgados do travesseiro. Diante dos olhos, a sala das penas. Eu tentei recolhe-las, mas eram muitas. Espalhadas por toda parte, leves, soltas no ar. Rodopiavam e riam de mim, que inutilmente catava daqui e dali. Quantas eu poderia alcançar antes do vento soprar? Por isso corria apressadamente. Estavam por toda parte, em todo lugar, brancas e brilhantes, subindo e descendo. Dançavam o balé que eu não conseguia seguir. Quantas mais eu pegava, tantas mais haviam para recolher. Eu me cansava e me desesperava. Por isso corria apressadamente. Cada vez se espalhavam mais e distanciavam-se umas das outras. Elas riam suavemente

A Pedra

Hélio O. Silva A Pedra. 17/02/1999 No Lugar do Esquecimento. Ele pegou o grande martelo e começou a bater contra aquela rocha. E Ele bateu, bateu, bateu até que cansaram seus braços. Não desistiu e começou de novo. E ele bateu com o martelo. O estalido da pedra ressoava, ecoava, escoava a sua dor. O sangue de suas mãos cansadas. E ele continuava a bater. Gritava e batia, batia e gritava. O suor se misturou às suas lágrimas. Lavou a sua dor. Contudo, batia, e batia de novo. A pedra era dura, grande demais para seu martelo e sua cansada força de lutar. A pedra faiscava, mas não cedia. Pedra dura, quando vai ceder? Quando vai livrar a sua mão!? Ele não queria desistir, não podia desistir; debaixo da pedra, a mais pura fonte, a água mais doce e límpida. O fim da sede. Por isso bateu, bateu, bateu com seu martelo. Fez força e tentou quebrar a inquebráv

Amizade Pra Valer (I Samuel 18.1-5)

Hélio O. Silva = 26/03/2010. Amizade Pra Valer! (I Samuel 18.1-5; 23.15-18) _ Puxa vida! Davi matou o gigante filisteu; ele venceu o Golias! Foi assim que Jônatas se sentiu logo depois que Davi havia voltado do campo de batalhas. Desde aquele dia eles se tornaram grandes amigos. Sua amizade era amizade pra valer! A amizade deles era pra valer porque eles ficaram ligados pela alma (v.1). Amizade de alma é mais forte que amizade só de brincadeira. Amizade de alma é algo que só pode existir entre um pai e um filho (Gn 44.30,31); entre um moço e uma moça quando estão apaixonados um pelo outro e querem se casar (Gn 34.3,8); entre os membros de uma igreja que devem se amar como a nossa (Fp 2.2) e entre dois amigos que aprendem a gostar um do outro pra valer como Jônatas e Davi (I Sm 18.3). Amizade assim é algo que a gente guarda dentro coração bem lá no fundo do peito onde a mão de ninguém alcança, só a de Deus! A amizade deles foi pra valer porque fizeram uma aliança perante Deus (v.

No Deserto (Números)

Hélio O. Silva – 22/02/2010 No Deserto. Eu andei por esse deserto quarenta anos! Conheci o calor que queima durante o dia e o frio que gela durante as noites. Tive fome e sede. Comi do maná e bebi da água tirada de uma rocha! Ela nasceu e jorrou abundantemente da pedra dura! Sempre usei as mesmas roupas e nunca troquei os meus sapatos. Experimentei o castigo severo dos meus atos e do meu lado tombaram homens e mulheres; famílias inteiras que não aprenderam a obedecer a Deus, aquele que nos guiava pelo caminho. Em não estava na frente da multidão, mas vi a nuvem de dia e a coluna de fogo que ardia de noite. Naquele Tabernáculo ali há muito sangue de inocentes cordeiros que foi derramado por pecados que eu cometi; sangue derramado a meu favor, no meu lugar... Eu vi que ouvir sem escutar é tolice; agir sem pensar é presunção; inovar sem razão é arrogância e falsificar a verdade é loucura. Tudo isso é caminho de morte; fez para muitos o deserto não ter fim. No deserto eu conheci tan