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A Reforma e A Nova Reforma


A Reforma e a Nova Reforma

Há tempos ouvimos um clamor por uma nova reforma na vida da igreja. Dizem que a Reforma do século 16 não chegou até onde deveria chegar. No entanto, as práticas reformistas que vão sendo implantadas por ai nos mostram uma nova medievalização da vida da igreja adotando como regra as mesmas práticas que a Reforma condenou.


Os apóstolos brasileiros são campeões dessa reforma irreverente e blasfema. Um diz que quem morreu na cruz não foi Cristo, mas somente Jesus, reavivando a fé docetista do primeiro século (1 Jo 2.22,23; 4.2-6). Outro toma a liberdade de corrigir o apóstolo Pedro numa pregação em Atos 2, igualando a sua autoridade, para não dizer suplantando, à autoridade apostólica do cânon bíblico (1 Co 14.36-38). Outro declara que a sua visão da igreja é a visão de Deus para o século 21, e quem não se adequar está fora dos planos de Deus (Cl 2.18,19). Uma outra recentemente ofereceu um cordeiro sobre o púlpito de uma igreja brasiliense, calcando os pés ao Filho de Deus, negando a suficiência da cruz (Hb 9.23-28).


A igreja evangélica brasileira ressuscitou a doutrina da indulgência mediante o leilão de bênçãos conjugais e financeiras seguindo tabelas de preços proclamadas por seus pastores de Bíblias na mão. O sacramentalismo ex opere operato está sendo revitalizado nas sessões de descarrego espiritual, onde os mesmos “fiéis” quebram suas maldições todas as semanas, renovando continuamente seus sacrifícios até que Deus os abençoe. Até mesmo o purgatório foi ressuscitado recentemente em um programa de rádio, quando um pregador afirmou categoricamente que há uma diferença entre “paraíso” e “céu” na Bíblia. O ladrão da cruz nunca poderia ir direto para o céu, pois não teve tempo de realizar qualquer boa obra. Mas aquele crente que serviu a Deus fielmente a sua vida toda, irá direto para o céu ao morrer. Com o ladrão da cruz, ele inaugurou o primeiro purgatório evangélico na entrada do céu. Estamos mesmo voltando para a idade média!


Povo de Deus, voltemos à fidelidade! Se é possível neutralizar esse processo que se instalou em nossas igrejas, inclusive algumas presbiterianas, temos muito o que fazer:


1. Reafirmar claramente nossa fé nas Escrituras como ÚNICA regra de fé e conduta dos cristãos. Somente quem ama e obedece ao mandamento bíblico ESCRITO goza da certeza e segurança da manifestação do poder do Espírito Santo na sua vida e através dela (Jo 7.17,37,38; 8.35;14.21).


2. Reafirmar e sustentar sem titubear o equilíbrio entre o Espírito Santo e a Palavra, pois o Espírito Santo jamais nega com seus atos aquilo que Ele mesmo DIZ nas Escrituras. O Espírito FALA HOJE nas Escrituras como NELA FALOU no passado. O céu e a terra passarão, mas a Palavra do Senhor PERMANECE para sempre (Mt 24.35; 1 Co 14.36,37).


3. Anunciar todo o desígnio de Deus ao seu povo. É preciso que nos rebelemos contra essa cultura mística de expectativa por novas revelações que se instalou nos púlpitos das igrejas, obscurecendo a exposição sistemática da Bíblia, e está levando a igreja a se afastar da obediência simples devida a Deus. É preciso devolver aos púlpitos a exposição Bíblica fiel, relevante, doutrinária, cristológica e sistemática, como TODOS os reformadores fizeram. Um sermão que não inventa o que Deus não diz. Um sermão que explica e aplica a verdade de Deus para obediência e não só para o deleite dos ouvidos. Como eu posso gritar à exaustão: “Eu quero é Deus” e rejeitar a sua Palavra ESCRITA para nós?!


Com amor, Pr. Hélio.

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